"Depois do Ensaio" em Évora


"Depois do ensaio"
de Ingmar Bergman
tradução  C.G.Bjurstrom e Lucie Albertini 
cenografia e figurinos  Pedro Fazenda
encenação e desenho de luz  Figueira Cid
com Elsa Pinho | Figueira Cid | Inês Lopes
imagem do espectáculo Luis Branco  
montagem e operação de luz e som Carlos Mavioso e João Pedro Palma
fotografia de cena Álvaro Côrte-Real
M/16A
'a bruxa TEATRO' 35ª Produção

É a partir de 'O Sonho', de Strindberg que Bergman constrói este texto. 
Se 'O Sonho' é, nas suas próprias palavras, impossível de representar, os acontecimentos que, neste 'Depois do ensaio' têm lugar são, de alguma maneira algo, se não impossível, pelo menos de ocorrência efabulatória. 
Bergman (ou Vogler, seu alter ego) acerta contas com um passado que o martiriza enquanto projecta num futuro o sonho duma paixão.
Entre um 'Sonho' impossível e o seu sonho, passado ou futuro, a “lucidez penosa” duma vivência fantástica.
Durante o que seria uma conversa casual, surge uma avalanche de revelações pessoais. Inseguranças, quereres, desamores vão transformando o texto em obra confessional.
“Depois do Ensaio tem muito a ver com minha atitude, minha relação com a arte teatral, com este ofício sombrio e cruel”, explicou o próprio Bergman. “Enquanto eu escrevia, devo ter atingido um nervo ferido ou, se quiser um veio subterrâneo de água. Do meu inconsciente, surgiram estranhos ervas daninhas; tudo se transformou numa mistura de uma bruxa. De repente, surge a amante do diretor, que é a mãe da jovem atriz. Ela morreu há anos, e ainda assim ela entra no jogo. No palco escuro, vazio do teatro, durante a hora tranquila, entre as quatro e as cinco horas da tarde, muito pode voltar para assombrá-lo”, escreve Bergman.
Figueira Cid





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