Recordar Célia de Sousa (1945 - 2019)


A actriz Célia de Sousa nasceu em 1945.
Frequentou o curso de teatro no Conservatório Nacional para onde entrou com 19 anos. Estava ainda no 2º ano quando a convidaram para entrar no elenco da peça “A Traição Inverosímil”, no Teatro da Trindade em 1964 que foi a sua estreia ao lado de Brunilde Júdice.


Em 1965 participa em "O Impostor Geral" no Teatro Villaret com Raul Solnado.
Trabalha com o produtor Vasco Morgado e recorda "um dia, a Henriqueta Maia, que estava a fazer uma peça com a Eunice, o Rogério Paulo e muitos outros, no Monumental, teve que ser operada de urgência. Pediram-me para a substituir. Substituí-a em 24 horas. A peça chamava-se "Deliciosamente Louca". Representei-a enquanto ela esteve doente. Depois a Henriqueta Maia recuperou, voltou e eu fui-me embora."*
Mas com Vasco Morgado no Monumental fez teatro infantil, como a peça "Pimpinela" (1967) e lá voltaria no ano seguinte com "Lisboa é Sempre Mulher" (1968).
Passa pela Companhia de Teatro Popular de Lisboa (Teatro da Estufa Fria), de Augusto Figueiredo onde, em 1966, na Mata Nacional de São Pedro de Moel interpreta "Auto Pastoril Português", "Auto da Barca do Inferno" e "O Juiz da Beira" ao lado de Assis Pacheco, Hermínia Tojal, Canto e Castro,
Ricardo Alberty, Madalena Sotto, Vasco de Lima Couto, entre outros e em 1967, interpreta as peças "A casa de Isaac" e "Marido em rodagem".
Seguem-se peças como "O Jovem Mentiroso" (1968), encenado por Jacinto Ramos no Teatro Laura Alves ou "Black-Out" (1969), no Teatro Villaret numa encenação de Artur Ramos.



Na televisão (RTP) participou em "No Limiar da Descoberta" (1965) realizador por Pedro Martins, "Harpa de Ervas" (1966) realizado por Luis Miranda com Mirita Casimiro, "O Que Vale um Homem" (1967), "Um Escrito na Janela" (1967), "O Meu Coração Vive nas Terras Altas" (1968), "Torta de Maçã" (1969) ou "Trilogia das Barcas" (1969) com realização de Artur Ramos.
Em 1968 estreia-se no cinema como protagonista de "Estrada da Vida", de Henrique Campos a que se segue "Bonança & C.a" (1969), de Pedro Martins.


Trabalhou também na rádio em teatro radiofónico e folhetins da Emissora Nacional e Rádio Clube Português.
Mais tarde, volta à televisão em "Diário de Maria" (1999) e "Velhos Amigos" (2012).
Viveu os últimos anos da sua vida na Casa do Artista, em Lisboa.
Faleceu a 22 de fevereiro de 2019, aos 74 anos no Hospital onde estava internada, tendo doado o corpo à ciência.

* retirado de uma entrevista no blog Rua do Jardim 7

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