Agentes do teatro querem reunião com António Costa



Os agentes do teatro irão mobilizar-se numa plataforma com o objetivo de contestar o processo de atribuição das verbas plurianuais. O Bloco de Esquerda irá chamar ao Parlamento o ministro da Cultura e a diretora geral das artes.

"Nestes quatro anos nada foi feito. Estamos todos com o mesmo problema e esta é uma luta que temos de fazer. Tenhamos ou não sido contemplados com subsídio", afirmou João Mota, diretor da comuna, numa reunião realizada no Centro de Artes de Lisboa.

O encontro juntou atores, encenadores e programadores, e foi convocado na sequência da divulgação dos resultados provisórios do Concurso ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da Direção-Geral das Artes, que têm suscitado um rol de protestos de companhias e criadores.

O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 - que financia grande parte da atividade artística em Portugal - abriu em outubro e segundo a agência Lusa tem um valor global de 64,5 milhões de euros para apoiar modalidades de circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro.

Considerando que os problemas do teatro são uma “questão política”, os atores, encenadores e programadores reunidos no encontro afirmam que o assunto não deverá ser tratado com o ministro da Cultura ou o secretário de Estado, porque estes responsáveis não defendem o setor. Afirmam que este concurso está a destruir o setor e querem por isso reunir com António Costa.

Fernando Sena, do Teatro das Beiras, considera que "este é o momento" para que "todos se juntem em torno de uma causa".

"A causa é o teatro. Porque o que estão a querer fazer é acabar com ele e isso não podemos deixar", salientou Fernando Sena, defendendo a criação de uma comissão representativa de toda a classe que lute pela continuidade do teatro.

Segundo a Lusa, os participantes na reunião defenderam que os subsídios devem ser distribuídos proporcionalmente à pontuação obtida pelos grupos que são elegíveis e que se acabe com a regra relativa às regiões.

Mónica Calle, da Casa Conveniente, disse que é sempre com governos socialistas que a cultura fica mais "afogada", acrescentando que não se deve ter "medo de dizer isto".

"A verdade é que este Governo criou um Ministério da Cultura e dotou-o com muito menos dinheiro do que tinha a secretaria de Estado no tempo de Passos Coelho, mas parece que toda a gente tem vergonha de dizer isto. E isto tem de ser denunciado", frisou a atriz e encenadora.

Na sequência destes resultados, o Bloco de Esquerda irá chamar ao Parlamento o ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, e Paula Varanda, diretora geral das artes.
in esquerda.net

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