Estreia "Canas 44"


O espectáculo "Canas 44", com direcção artística de Victor Hugo Pontes e interpretação de Leonor Keil e de Rafaela Santos, estreia a 5 e 6 de Outubro, em Canas de Senhorim.

O espectáculo será integrado no ciclo Portugal em vias de extinção, promovido pelo Teatro Nacional Dona Maria II, e tem como metáfora de reflexão artística a própria biografia das intérpretes para, a partir das suas vivências enquanto cidadãs-artistas-mães-mulheres a viver em Canas de Senhorim, potenciar a reflexão maior acerca do país em que vivemos e em que viveremos nos próximos anos. Portugal que país será e quem seremos nós os cidadãos desse país?   

Canas 44 é uma co-produção Amarelo Silvestre, Nome Próprio, TNDMII, Centro de Arte de Ovar e Câmara Municipal de Nelas. 


Canas 44
direcção artística Victor Hugo Pontes
dramaturgia Maria Gil
interpretação Rafaela Santos e Leonor Keil
espaço cénico Henrique Ralheta
desenho de luz Cristóvão Cunha
projecto paralelo* Fernando Giestas
produção executiva Susana Rocha
criação Amarelo Silvestre
co-produção Amarelo Silvestre, Nome Próprio, TNDMII, Centro de Arte de Ovar, Câmara Municipal de Nelas 
parceria As Casas do Visconde
apoio Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim, Borgstena

*com o Agrupamento de Escolas e o Centro Social e Paroquial de Canas de Senhorim

Duração (a definir)
Classificação Etária M/12 (a aguardar classificação da IGAC)


Do texto do espectáculo: “Não me lembro ao certo o que começou primeiro, se foram as casas, as fábricas, as ruas, os animais ou se as árvores. Num dia estava ali uma fábrica, e no dia a seguir, a ruína dessa fábrica. Um mercado de rua que vendia ouro a peso, e de repente, nesse lugar, um espaço de terra batida. Havia a Dona Iracema, que tinha uma mercearia e agência funerária. Quando lhe trouxeram a nova máquina registadora, o cunhado, que era o único que sabia trabalhar com a máquina, desapareceu e a Dona Iracema fechou as portas. Aqui, havia uma casa de um guarda florestal, mas começaram a cortar as árvores e houve uma que caiu em cima da casa... ninguém reparou ou ninguém se importou, já não sei dizer... A estrada que ia para Viseu, sempre em frente, era uma estrada que só tinha ida e volta e agora é como se nunca tivesse existido. Ninguém fala publicamente sobre o vazio que os desaparecimentos deixam, as pessoas vivem fechadas em casa, só saem para dizer boa-tarde e beber café, é um estado mínimo de manutenção social.”


Fotos de ​©José Caldeira

Canas 44 tem as seguintes apresentações agendadas:

5 e 6 de Outubro | Ante-estreia e Estreia no Auditório dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim
28 de Outubro | no Centro de Arte de Ovar
29 de Novembro | no Festival Y#13 | Auditório do Teatro das Beiras, Covilhã 
2 de Dezembro | no Centro de Artes do Espectáculo de Sever do Vouga
25 a 28 de Janeiro de 2018 | no Teatro Nacional D.Maria II
Ainda em 2018, em datas a confirmar | no Teatro Aveirense e na Casa da Cultura de Íhavo

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