"Aos Pássaros" estreia no Rio de Janeiro



"Aos Pássaros" leva ao palco assuntos polêmicos como religiosidade, sexualidade e subjetividade

Montagem destaca também a atualidade política e social do país e se volta para as potencialidades do comportamento humano

Num momento em que uma onda conservadora avança de forma tão agressiva sobre liberdades individuais, reduzindo conceitos como constituição familiar, sujeito, individualidade e outros que foram intensamente problematizados e pensados nos últimos séculos, Aos Pássaros propõe uma reflexão sobre o convívio da diferença entre os indivíduos, principalmente quando esses indivíduos habitam o mesmo teto e são da mesma família. A estreia será realizada no dia 31 de outubro, terça-feira, às 20:00, na Sede das Cias, Lapa.

Quantas personalidades habitam em um ambiente familiar? São muitas. O ser humano pode ser vários. É totalmente mutável. A montagem traz isso ao palco: o fato de se tentar entender as personalidades que convivem em um habitual triângulo familiar – pai, mãe e filho.

São três fatos coexistentes que determinam a trama revelada em cacos de memória e em (des)encontros de personagens: a religião como possibilidade de controle para um homem com desejos homossexuais; a possível traição da esposa; o afastamento do filho após a morte da mãe.

A partir do prisma de três personagens - a mãe Maria, o pai Marcos, o filho Vinícius – a dramaturgia propõe um constante jogo de construções e desconstruções: uma possível mãe adúltera, um possível pai evangélico, um possível filho travesti ou um possível pai assassino, uma possível mãe santa e um possível filho pastor ou, novamente, a inversão desses personagens e adjetivos.

A história é contada em fragmentos não lineares, em que imagem e palavra coexistem como peças de um quebra-cabeça a ser montado com o espectador.

Nesse jogo proposto, os três personagens criam fusões poéticas que problematizam o quanto das personalidades isoladas contamina as demais, fazendo com que brechas de associações múltiplas sejam criadas: Quem é quem? Quais as peças? Como se encaixam? Como se multiplicam as possibilidades? É importante destacar que, junto à família, mais um personagem ficcional é criado: Deus, protagonista que alimenta crenças e embarreira ações. Sob seu “olhar”, os personagens alternam fúrias e delicadezas, fazendo com que cada desejo se concentre ou transborde no choque com outros desejos.

A peça destaca a atualidade política e social do país e se volta para as potencialidades do comportamento humano.

SINOPSE: 

Aos pássaros é um drama poético que revela a possibilidade de reencontro entre um pai evangélico e um filho artista e drag queen. A peça coloca em questão a necessidade de se manter viva uma família. Quais os limites? Quais as alternativas?

SERVIÇOS:
De 31 de outubro a 23 de novembro de 2017, terças, quartas e quintas, às 20h.
Sede das Cias (Rua Manoel Carneiro, 12, Escadaria Selarón, Lapa – RJ).
Ingressos: R$30,00 (inteira) | R$15,00 (meia).
Duração: 80 minutos
Classificação Etária: 16 anos
Lotação: 60 lugares

Ficha técnica
Dramaturgia (em processo colaborativo): Marcela Andrade
Direção: Marcela Andrade
Elenco: Filipe Codeço, Maksin Oliveira, Reinaldo Dutra
Preparação Corporal: Carla Stank
Direção Musical: Sandro Toledo
Iluminação: Pedro Struchiner
Cenografia: Cássia Maria Monteiro
Figurino: Erika Schwarz
Visagismo: Rodrigo Reinoso
Design Gráfico: Jaqueline Sampin
Fotografia: Pedro Struchiner
Vídeo: Filipe Codeço
Coordenação de produção: Roda Produtiva
Produção executiva: Marina Hodecker
Assessoria de Imprensa: Duetto Comunicação

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