Teatro Camões serviu de palco ao Festival RTP da Canção






Flor de Lis ganha Festival da Canção 2009 com "Todas as Ruas do Amor"

Flor de Lis e a sua canção, "Todas as Ruas do Amor" recebeu de quase todos os juris nacionais a pontuação máxima: 12 pontos.
O público, com votação por telemovel, elegeu Luciana Abreu e o seu Yes we Can ( será que Obama sabe desta usurpação do seu slogan?) como a melhor canção para nos representar na Eurovisão.

Em segundo lugar ficou "Voar é Ver" interpretada por Francisco Andrade e em terceiro Nuno Norte com a sua "Lua sem Luar".

E pronto o Festival acabou a canção foi escolhida e teremos mais uma hipótese de trazer um prémio deste famigerado Festival que só nos dá desgostos!

Mas falemos um pouco daqueles em quem depositamos uma esperança, os Flor de Lis.

O início dos Flor-de-Lis está intimamente ligado à participação de Pedro Marques como percussionista no projecto “Adufe”, inicialmente concebido por José Salgueiro como um espectáculo para a Expo-98 e que evidenciava o instrumento tradicional português.

O sucesso obtido permitiu realizar entre 1999 e 2000 várias datas nacionais e internacionais, suscitando no músico Pedro Marques a vontade de explorar toda a riqueza da música portuguesa, aliando elementos de música do mundo.
O projecto começa a ganhar forma em 2001, com a participação de vários músicos em sessões de gravações, entre os quais Paulo Pereira, que se manteve desde então nos sopros.
Nos últimos anos, os “esqueletos” das várias músicas foram surgindo naturalmente, num processo que envolveu várias abordagens e instrumentistas.

O repertório actual apresenta não só letras originais de Pedro Marques e Daniela Varela, mas também poemas de Eugénio de Andrade, José Régio, Ary dos Santos, David-Mourão Ferreira e Maria José de Castro.

A sonoridade assenta na música popular portuguesa, do fado ao folclore, mas o resultado final deriva também da fusão com sonoridades de outros continentes, com um forte cariz popular.

Ao lado de instrumentistas como Pedro Marques na percussão (cajon, darbuka, timbales, congas, bongós, adufes, bateria), José Camacho (guitarra e guitarra portuguesa), Jorge Marques (guitarra e cavaquinho), Paulo Pereira (flauta, sax soprano e sax tenor), Rolando Amaral ( baixo) ou Ana Sofia Campeã (acordeón) surge a voz de Daniela Varela.

Daniela cedo se destacou a cantar, tendo participado aos 8 anos nos “jovens cantores de Lisboa” de Ana Faria e, a partir dos 10 anos, em peças encenadas por Filipe La Féria como “Jasmim ou o Sonho do Cinema".

Resta acrescentar que a letra da canção vencedora é de Pedro Marques e a música é de Pedro Marques e Paulo Pereira.

Que dizer deste desdobrar de músicas e letras que de onde em onde fazem pressentir mensagens tímidas ou melodias que assentam nas nossas raizes musicais?

Onde estão os poetas deste país? Onde param os músicos de excelência que por aí pairam?

Uma referência a uma homenagem bem sentida a José Calvário, neste momento acometido de doença que o tem afastado do seu meio artístico, homenagem celebrada com ovação estrondosa e de pé a um homem que compôs e orquestrou das melhores canções concorrentes a este certame.

Foi sua esposa, Josefa Calvário, quem recebeu as flores que lhe eram destinadas.
Zita Ferreira Braga in “Hardmusic”


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