"Feminine" de Paulo Ribeiro na Cultugeste







No sábado, dia 22 de Novembro, pelas 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, será apresentado o espectáculo Feminine, de Paulo Ribeiro. Depois de Masculine (criação de 2007), o coreógrafo mostra-nos um Pessoa no feminino e de saltos altos. O universo do poeta Fernando Pessoa é revisitado por cinco mulheres. Neste universo pessoano elas preocupam-se com o cabelo, usam saltos altos, desdenham do homem e dançam com os corpos que transpiram sensualidade. O movimento é contido, escorreito e desagua num prazer prolongado.

No domingo, dia 23, o espectáculo será às 16h.

Os bilhetes têm o preço de 18 Euros; jovens até aos 30 anos têm o preço único de 5 Euros.


Porque sou tão infeliz? Porque sou o que
não devo ser. Porque metade de mim
não está irmanada com a outra metade.
A conquista de uma é a derrota da outra.
Fernando Pessoa


Cinco mulheres e Fernando Pessoa. Um Pessoa no feminino e de saltos altos. As palavras do poeta desafiam as delas, que se deixam perder pelas suas próprias narrativas. A poética do movimento feminino percorre a peça, misturada com o ardor colocado em cada gesto. Neste Universo pessoano elas preocupam-se com o cabelo, usam saltos altos, desdenham do homem e dançam com os corpos que transpiram sensualidade. O movimento é contido, escorreito e desagua num prazer prolongado. E este espaço de sensações é apenas interrompido pela força maior do coreógrafo, de brincar com as suas criações, de as colocar a rir de si próprias.

Feminine explora o imaginário pessoano, desta vez, a partir do olhar de cinco mulheres, quatro intérpretes de dança e uma actriz. Depois de Masculine, que estreou o ano passado, Paulo Ribeiro descobre um Pessoa no feminino, explorando mais uma vez as diferentes qualidades das intérpretes. A bola de futebol deu lugar aos saltos altos e a energia masculina ao belo estético, que emociona, que marca e não passa.


Paulo Ribeiro estreou-se no domínio da criação coreográfica em 1984, em Paris, no âmbito da companhia Stridanse, da qual foi co-fundador, e que o levou à participação em diversos concursos naquela cidade, obtendo, em 1984, o prémio de Humor e, em 1985, o 2º prémio de Dança Contemporânea, ambos no Concurso Volinine.

De regresso a Portugal, em 1988, começa por colaborar com a Companhia de Dança de Lisboa e com o Ballet Gulbenkian. A sua carreira de coreógrafo expande-se no plano internacional, a partir de 1991, com a criação de obras para companhias de renome. É galardoado, em 1994, com o Prémio Acarte/Maria Madalena de Azeredo Perdigão pela obra “Dançar Cabo Verde”, encomenda de “Lisboa 94 – Capital Europeia de Cultura”, realizada conjuntamente com Clara Andermatt.

Em 1995, funda a Companhia Paulo Ribeiro, subsidiada pelo Ministério da Cultura, para a qual tem vindo, regularmente, a criar coreografias: “Sábado 2”, “Rumor de Deuses”, “Azul Esmeralda”, “Memórias de Pedra – Tempo Caído”, “Orock”, “Ao Vivo”, “Comédia Off -2”, “Tristes Europeus – Jouissez Sans Entraves”, “Silicone Não”, “Memórias de um Sábado com rumores de azul”, “Malgré Nous, Nous Étions Là” e “Masculine”.

O trabalho com a sua própria companhia permitiu-lhe desenvolver melhor a sua linguagem pessoal como coreógrafo e o seu trabalho tem vindo a ser reconhecido pela atribuição de numerosos prémios, nacionais e internacionais.

A par do seu trabalho de coreógrafo, Paulo Ribeiro assumiu, entre 1998 e 2003, o cargo de director geral e artístico do Teatro Viriato. Daí passou a Director do Ballet Gulbenkian, cargo que ocupou até 2005. Em Setembro de 2006, reassumiu novamente as funções de director geral e artístico do Teatro Viriato.

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