Tríptico + 1 no Nacional





TRÍPTICO + 1
NA SALA ESTÚDIO DO TEATRO NACIONAL D MARIA II
O Teatro Nacional, em colaboração com o Departamento de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), estreia amanhã, dia 1 de Julho “Tríptico + 1”, o exercício-espectáculo dos alunos finalistas da licenciatura em Teatro da ESTC., às 21h45, na Sala Estúdio.

A partir de textos emblemáticos da dramaturgia de Heiner Müller – “Margem Decrépita”, “Material de Medeia”, e “Paisagem com Argonautas”, com tradução de Anabela Mendes; e ainda o fragmento “Descrição de um Quadro”, na tradução de João Barrento – este trabalho pretende convocar um conjunto de imagens e reflexões cénicas sobre a ruína e a barbárie, no indivíduo e na História.

TRÍPTICO + 1
a partir de HEINER MÜLLER
encenação FRANCISCO SALGADO
Escola Superior de Teatro e Cinema
(Instituto Politécnico de Lisboa / Departamento de Teatro)

1 A 13 JUL
SALA ESTÚDIO
3ª a SÁB. 21H45 DOM. 16H15

"Dar aos elementos [teatrais] liberdade total. Não procurar interpretar um texto. Não tentar explicar o que o texto diz. Ele não precisa de ser explicado. Recusar interpretá-lo. O texto é dado como material. Não o julgar ou querer explicar. É como uma imagem. A interpretação é trabalho do espectador. Consentir que este faça a sua construção. Que tome posição. Para isso é preciso deixar espaços em aberto. O teatro é um laboratório de imaginação social. Libertar a imaginação."
HEINER MÜLLER

Sinopse
“Tríptico + 1 é uma sequência de quadros cénicos que apresentam as catástrofes com as quais a Humanidade se ocupa, descrevendo uma paisagem violenta, cruel, apaixonada e até hilariante na sua prostração. Um quadro onde o presente político e social de Heiner Müller se miscigena com o nosso, sob a ameaça da auto-destruição, e em permanente confronto com o íntimo desejo revolucionário de um outro mundo. O espaço é o lugar comum, do eu colectivo, da memória e da imaginação, onde não há passado, presente ou futuro, apenas a vida condensada na raia do aniquilamento, onde emergem problemas e conflitos insolúveis. Neste espaço autónomo, com regras próprias onde as coisas acontecem per si, libertas da causalidade aristotélica, rompe um teatro de manifestações contidas, angustiante e frenético, insólito e inoportuno, repugnante e sensível.”

Bio Heiner Müller
Heiner Muller (1929-1995) é considerado um dos maiores dramaturgos da segunda metade do século. Comunista alemão radicado desde sempre em Berlim Leste, com 19 anos participa num concurso de peças radiofónicas. Em 1951, ao contrário da família, fica na RDA, onde conhece Brecht, de quem herda várias teorias. Homem profundamente ligado à prática teatral como dramaturgista e encenador, escreve, com Inge Müller, O Fura-Tabelas e A Correcção. Em 1959, é dramaturgo no Teatro Máximo Gorki. Em 1961, depois de proibida a encenação de A Emigrante ou A Vida No Campo em Berlim-Leste, Heiner Müller é expulso da Associação dos Escritores. Em 1965, A Construção recebe duras críticas e é abandonado o projecto de encenação. É por esta altura que trabalha sobre temas da Antiguidade Grega (Homero, Ésquilo e Sófocles), que traduz Shakespeare, Molière, Tchekov, Pogodin e Césaire e que escreve libretos para Paul Dessau. Desta fase são Filoctetes (1958/64), Hércules (1964), Édipo Tirano (1966) e Os Horácios (1968). Nos seus últimos anos de vida, depois da reunificação da Alemanha, foi director do Berliner Ensemble. Heiner Müller reclama um novo teatro didáctico, violento, que se insurja contra o esvaziamento do sentido da cultura e da vida social.

design de cena e produção JOSÉ ESPADA
dramaturgia ARMANDO NASCIMENTO ROSA

com
FRAN GUINOT JOÃO ABEL MANUEL HENRIQUES
RITA PIMENTEL RUBEN SANTOS SOFIA DINGER
SOFIA GALLIS TIAGO VIEIRA

design de cena ANNA KUCEROVÁ CHRISTINA ROMIRER LENA GÄTJENS TOMÁS SCHIAPPA
dramaturgia ISABEL BARROS SÍLVIA ALBERTO VERÓNIKA DIANISKOVA
corpo e movimento LUCA APREA
voz MARIA JOÃO SERRÃO
guarda-roupa MESTRA OLGA AMORIM
produção CATARINA FERREIRA
gabinete de produção ESTC PEDRO AZEVEDO CONCEIÇÃO ALVES COSTA RUTE REIS

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