Novo centro cultural quer ser referência no circuito nacional dos espectáculos


A cidade das Caldas da Rainha quer entrar no circuito dos grandes espectáculos, com o recém-construído Centro Cultural e de Congressos (CCC) que pretende ser uma referência na região.

Com inauguração prevista para o próximo dia 15 de Maio, o CCC promete animação constante, com novos espectáculos, performances artísticas e vários eventos, apostando em novas funcionalidades e na versatilidade dos projectos.

O grande auditório é a estrela maior desta nova oferta cultural para a região Oeste, permitindo a realização de concertos tradicionais com um dos maiores palcos do país (600 metros quadrados) mas também a criação de um espaço multifuncional, semelhante às arenas de circo.

Esta versatilidade é única em Portugal, podendo a sala ser ainda transformada num espaço mais pequeno, com bancadas amovíveis que podem ser substituídas por um palco central.

Para o director artístico do CCC, Carlos Mota, é esta “versatilidade que a tecnologia permite” que dá ao edifício uma “capacidade única de oferta” de eventos.

“Isto permite pensar não apenas em produção de concertos tradicionais mas também trazer espectáculos difíceis de apresentar como o circo”, explicou Carlos Mota, salientando ainda que o espaço pode ser readaptado facilmente para congressos ou conferências.

Uma das novidades técnicas deste grande auditório é a possibilidade dos actores utilizarem uma sala contígua com as medidas exactas do palco.

“Isso permite poupar o grande auditório aos ensaios” já que as “marcações (das peças) podem ser ensaiadas sem prejudicar as actividades normais” do CCC, disse Carlos Mota.

Além da sala maior - com capacidade máxima de 800 lugares -, existem outros espaços multifuncionais que permitem acolher outros eventos, como um café-teatro com palco e um pequeno auditório, com uma bancada retráctil que permite criar uma zona ampla para “concertos, performances artísticas e projectos multidisciplinares”.

Associado a estas valências, o CCC conta com uma galeria de arte que terá sempre colecções temporárias, devendo abrir ao público com fotos da colecção Berardo, numa exposição denominada “Rosto e Identidade”.

Para Carlos Mota, o sucesso do CCC vai depender também dos públicos que se consigam atingir com a programação, já que a região Oeste tem um grande afluxo de pessoas nas férias e ao fim-de-semana, que pode ser um “acrescento importante” à procura local.

“Estamos a falar de um grande centro urbano” que “tem condições para potenciar” o CCC, até porque na cidade está instalada a Escola Superior de Arte e Design (ESAD), com um “público mais exigente”.

O CCC quer assim assumir-se como “um interface entre a população local e a população flutuante” pelo que a programação prevista deverá incluir não apenas projectos de massas mas também ofertas de maior referência.

“Estamos a fazer uma programação baseada em projectos originais da música portuguesa como Rodrigo Leão ou Camané” mas também em “grandes iniciativas culturais dos Estados Unidos e de Espanha”, transformando o CCC numa “espécie de biblioteca cultural disponível do que existe para todos os cidadãos da região”, explicou Carlos Mota.

“Abordaremos todos os pontos artísticos de modo a que as pessoas consigam confluir neste espaço”, prometeu o director artístico, salientando que já existem protocolos em curso com outras instituições para potenciar a oferta.

Além de Camané e Rodrigo Leão, para o mês de Maio o CCC apresenta uma programação variada, desde a actuação de António Pinho Vargas a David Fonseca, passando uma encenação teatral de Barcelona denominada Tricicle.

O entusiasmo com o projecto é evidente em todos os elementos que ultimam os pormenores do CCC, confessa José Manuel Ramalho, director técnico do equipamento e responsável pela companhia Marionetas de Lisboa.

“Estamos a abrir uma casa única em Portugal” e o país passa a ter “mais um centro cultural” ao seu dispor que pode acolher grandes eventos, considerou.

Por outro lado, Caldas da Rainha torna-se também numa “referência” porque passará a integrar o calendário dos grandes acontecimentos culturais do país, colocando o Oeste na “rota nacional e internacional” da cultura.
Paulo Agostinho in Lusa

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