Teatro da Rainha abre ao público no dia 02 de junho



O Teatro da Rainha, companhia residente nas Caldas da Rainha, vai retomar a atividade no dia 02 de junho com um ciclo de poesia e uma estreia agendada para o final do mês.

A sala-estúdio do Teatro da Rainha reabrirá no dia 02 "para uma sessão excecional do Diga33", disse à agência Lusa o encenador Fernando Mora Ramos, sublinhando que o retomar do ciclo de poesia marca o início do "processo de desconfinamento" da companhia.

Parada desde a declaração do estado de emergência, em março, a companhia residente nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, prepara-se para "abrir de novo o espaço comunitário à comunidade", retomando o ciclo programado pelo poeta e ensaísta Henrique Manuel Bento Fialho e que, ao longo de três anos, já aprsentou na sala-estúdio dezenas de poetas, editores e pensadores da literatura.

A sessão, a 25.ª do ciclo, será dedicada à coleção de peças do Teatro da Rainha, que este ano comemora 30 anos.

Na sessão serão abordados autores traduzidos pela atriz e dramaturgista Isabel Lopes, entre os quais  Beckett ( "Eu Não", "Cadeira de Embalar" e "A Última Bobina"), Pirandello ("O Homem, a Besta e a Virtude" e "Barrete de Guizos"), Martin Crimp ("Definitivamente as Bahamas" e "Play House"), Sarrazac ( "Neo, Três Painéis de Apocalipse" e "A Paixão do Jardineiro") e ainda Georg Tabori ("Weisman e Cara Vermelha"), traduzido pelo ator Carlos Borges, formado em Germânicas.

A edição destas peças com a Companhia das Ilhas, do editor e poeta Carlos Alberto Machado, sediada na Ilha do Pico, "sinaliza o percurso que o Teatro da Rainha tem vindo a concretizar, e regista para a memória vivificável a sua prática de repertório", explicou o encenador, aludindo às obras que fazem parte da coleção Azulcobalto/Teatro/Mundo, da editora açoriana.

A sessão será animada e conduzida por Henrique Fialho, contando com a participarão dos atores Isabel Lopes, Carlos Borges e Fernando Mora Ramos, numa iniciativa "com regras racionais e a cumprir as distâncias" impostas pelas medidas de contenção da pandemia da covid-19, entre as quais a redução da lotação, a cerca de um terço da sala.

Por isso "será obrigatória a reserva prévia dos cerca de 20 lugares", devidamente distanciados no auditório onde existirão ainda canais de circulação assinalados.

 De acordo com o encenador a companhia também já iniciou os ensaios de "O Discurso do Filho da Puta", de Alberto Pimenta, que se estreará no dia 24 de junho, devendo manter-se "em cena durante duas a três semanas".

Trata-se de uma realização coral conjunta de Miguel Azguime e Fernando Mora Ramos, numa versão mais experimental, e que contará com a participação dos coristas 'performers' Cibele Maçãs, Mafalda Taveira, Nuno Machado e Fábio Costa, "desenvolvendo a lógica implícita a um quarteto instrumental de vozes e timbres", explicou Mora Ramos.

A 'performance' deveria ter sido integrada no espetáculo de rua "Ilha do Cravos", que a companhia planeava apresentar no dia da cidade, 15 de maio, mas que foi cancelado, devido à pandemia.

A peça estará em cena de quarta-feira a sábado, na sala estúdio do Teatro da Rainha, onde será mantida a lotação de cerca de 20 lugares.

De acordo com o plano de desconfinamento do Governo, os teatros e salas de espetáculos vão poder abrir portas no próximo dia 1 de junho, sendo o Teatro da Rainha uma das primeiras companhias do país a anunciar a retoma da atividade.
LUSA

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