O título invoca desde logo a língua e a civilização gregas. Em estreia, com criação de Cátia Pinheiro e José Nunes, fundadores da Estrutura, companhia que privilegia a transdisciplinaridade, a experimentação e o diálogo com o pensamento contemporâneo, Pathos “é uma viagem à Grécia que nunca chegou a terminar”. De certa forma, é a partir da convocação de um início, da lembrança de uma ideia de humanidade, a da Grécia Antiga enquanto berço da civilização ocidental, da democracia, da filosofia e do teatro, que os criadores, céticos face ao nó cego civilizacional a que chegamos, medem o pulso do nosso tempo. Perante o fundamentalismo e a intolerância crescentes e o esvaziamento da esperança nos sinais políticos e ambientais, desse questionamento fica a ideia trágica de um mundo em construção que transporta em si a profecia do seu próprio fim. Pathos é assim “uma ruína, um espetáculo-ruína”, uma tragédia. Mas, tal como face a uma tragédia grega – qual lago de águas paradas que nos desafia a nele lançar uma pedra que o anime –, também Pathos se faz de um desejo de ação e de drama, da “junção de um lago perfeito com a nossa vontade de o agitar”, já que não há pathos senão na mobilidade e na imperfeição. Nesse sentido, “Pathos é também um salto de fé”.
Criação: Cátia Pinheiro, José Nunes
Colaboração dramatúrgica: Diogo Bento
Cenografia: Cátia Pinheiro
Figurinos: Jordann Santos
Desenho de luz: Daniel Worm d’Assumpção
Som: Vasco Rodrigues
Assistência desenho de luz e apoio técnico: Pedro Nabais
Interpretação: Cátia Pinheiro, Mafalda Banquart, Margarida Carvalho, Tiago Jácome
Coprodução: Estrutura, TNSJ
"PATHOS"
TNSJPorto
Praça da Batalha, 4000-102 Porto
10 a 13 de Abril
Qua-sex 21:00H
Sáb 19:00H
Dur. aprox. 1:15H
M/16 anos
Carta-Branca: Oficinas e Babysitting
M/4 anos
inscrição € 2,50
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