Na origem de A Última Estação encontra-se o assassino em série norte-americano Ted Bundy (1946-1989) — ou, mais exactamente, as semelhanças físicas entre este homem e Elmano Sancho. Da mesma forma que Bernard-marie Koltès ficou obcecado pelo rosto de Roberto Succo, quando viu uma foto sua no metro de Paris, também o actor e autor português se lançou a investigar a vida de Ted Bundy, que matou mais de 35 mulheres. A dada altura, Elmano Sancho guardou o retrato do assassino junto às suas próprias fotografias, até que um dia alguém confundiu o seu rosto com o do criminoso. Foi esse o ponto de partida para uma reflexão sobre a violência e o desejo de transgressão na vida e na arte. A Última Estação interpela o conceito de dibukk, que na mitologia judaica representa o espírito ou o demónio que habita o corpo de cada um de nós, e apresenta a estrutura da Via Crúcis, as estações da Paixão de Cristo: a condenação à morte anunciada abre caminho a uma via dolorosa que culmina na inumação, mas que aspira à ressurreição, a XV e última estação.
Texto e encenação: Elmano Sancho
Interpretação: Elmano Sancho, Cheila Lima, Isadora Alves, Márcia Branco e Mónica Cunha
Espaço cénico e figurinos: Renata Siqueira Bueno com a colaboração de Roberto Bueno e Liana Axerud
Desenho de Luz: Alexandre Coelho
Produção executiva: Nuno Pratas
Coprodução: Culturproject e Lobo Solitário
Prémio de Teatro Carlos Avilez,Fundação Mirpuri 2018
Dia 22 março Teatro Diogo Bernardes Ponte de Lima
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