Útimos dias "Nem Tudo o Tempo Levou"



Depois de "Aristides – O Musical", que desceu a Lisboa para uma curta carreira de espetáculos na Casa do Artista, a equipa criativa da Contracanto Associação Cultural, composta por Sandra Leal, António Leal e Simon Wadsworth regressa aos originais. Desta feita, numa missão de sensibilização para a necessidade dos afetos e da dignidade do ser humano no final de vida. A demência consiste num vasto grupo de doenças que provocam o declínio progressivo das capacidades de uma pessoa. Inclui a perda de memória, de capacidade intelectual, de raciocínio e, consequentemente, de competências sociais, naturalmente associados a alterações nas ditas respostas emocionais normais.
No cenário da demência, a doença de Alzheimer é a triste protagonista, constituindo entre 60% a 70% de todos os casos de demência. Em Portugal, a estimativa de 2014 apontava para cerca de 182 mil casos.
Trata-se de uma doença progressiva, degenerativa que afeta o cérebro. As células acabam por morrer e isto tem como consequência uma incapacidade de recordar ou assimilar a informação. Desta forma, à medida que a Doença de Alzheimer vai evoluindo e afetando várias áreas cerebrais, o indivíduo vai perdendo gradualmente certas funções ou capacidades, acabando totalmente dependente de terceiros para sobreviver.
O quadro de demência de um elemento da família é dramático e extremamente doloroso, constituindo tema de debate social constante, quer no que diz respeito à necessidade de formação e preparação
especializada por parte dos cuidadores, quer no que se refere à questão da dignidade física e moral dos doentes. 

A Peça
“Nem Tudo o Tempo Levou” pretende passar uma mensagem acerca do final da vida e do papel crucial que cada um de nós desempenha na dignidade derradeira daqueles que um dia nos deram tudo e que chegam ao fatídico dia em que de tudo precisam. Trata-se de uma peça musical
que aborda o tempo das pessoas e as pessoas contra o tempo.
São apresentadas as perspetivas de três gerações diferentes relativamente ao tempo que a vida tem. Uma avó, uma filha e uma neta atravessam a história e a demência de formas bem diferenciadas, mas
que, de certa forma, se complementam.
O quotidiano de uma adolescente, de uma jovem mulher e de uma mulher madura é abanado pela imprevisibilidade dos dias, impossíveis de parar, mas possíveis de embalar com a linguagem unificadora do Amor.
“Nem tudo o tempo levou” procura deixar uma tónica agridoce, onde a angústia adulta da impotência perante a finitude é desarmada pela simplicidade desconcertante e pragmática de uma criança.
“Nem tudo o tempo levou” porque, às vezes, há pedaços de fim agarrados ao que começou.

Texto original - Sandra Leal
Musica original - Simon Wadsworth e António Leal
Conceção, encenação e direção artística - António Leal
Cenografia - Paulo Cruz e Nélida Cruz
Desenho de som - Rui Pereira
Desenho de luz - António Queirós
Grafismo - Ricardo Almeida

Com
Carla Andrino – D. Maria
Joana Leal - Lídia
Andreia Valles - Sofia adulta
Hugo Rendas - Pedro
Pedro Pernas - Carlos
Gonçalo Martins e Rodrigo Matias - André criança
Constança Correia e/ Teresa de Melo - Sofia criança
Rafael Pina - André adulto

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES
de “Nem Tudo o Tempo Levou”.
Dias 1, 2 e 3 de março
Auditório dos Oceanos, Casino Lisboa

Co-produção ContraCanto Associação Cultural e UAU!





Comments