SÁBADO A QUINTA → 21H30 | DOMINGO → 18H30
JOÃO DOS SANTOS MARTINS
COM ANA RITA TEODORO, CLARISSA SACCHELLI, DANIEL PIZAMIGLIO, FILIPE PEREIRA E SABINE MACHER
Companhia
Companhia marca o reencontro de João dos Santos Martins com a equipa de Projeto Continuado (2015), dando continuidade aos processos de colaboração e investigação então iniciados e marcados por relações de afeto e labor.
Companhia investe esteticamente na ideia de dança enquanto trabalho, utilizando, para isso, casos de estudo que examinam, por exemplo, a sistematização do movimento operário na relação estabelecida com as máquinas, de onde surge um conceito de coreografia enquanto tecnologia ou prótese. Em paralelo, reflete-se sobre como determinadas estéticas de dança, de ambições libertárias e democráticas, estão implicadas na redução dos pontos de tensão do corpo, implementando técnicas de eficácia na concretização do movimento, utilização energética e redução de esforço como alternativa ao modernismo rígido e ideologicamente “exterior” ao corpo.
Interessa, com isto, refletir sobre trabalho e bem-estar, a forma como a dança, enquanto cânon de produção recíproca de prazer (do espectador, mas também do bailarino) e difícil de identificar socialmente como labor, interage com os seus modos e agentes de produção. E se a ideia de “companhia” aqui invocada pondera uma forma hegemónica de organização estrutural e administrativa em dança, ela implica também um modo de labor comum: companhia como facto ou condição de ser e estar com o outro, como forma de providenciar amizade ou prazer a um grupo de pessoas numa sociedade.
6€ a 12€
Palco da Sala principal
Menores de 30 anos 5€
Menores de 18 anos 3€
Classificação etária: a classificar pela CCE
de: João dos Santos Martins
em colaboração com: Ana Rita Teodoro, Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, Sabine Macher
coreografia e performance: Ana Rita Teodoro, Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Sabine Macher
encomenda: Maria Matos Teatro Municipal
credores financeiros: Ana Rita Teodoro, Associação Parasita, Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Sabine Macher
coprodução: Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Municipal do Porto
produção e difusão: Circular Associação Cultural
residências artísticas: Nave, O Espaço do Tempo, Opart/Companhia Nacional de Bailado/Estúdios Victor Córdon, Ccb, Culturgest, Companhia Olga Roriz, Smup — Sociedade Musical União Paredense, Rua das Gaivotas6, Incrível Almadense, Causas Comuns, Teatro do Eléctrico
registo fotográfico: José Carlos Duarte
registo videográfico: Jorge Jácome e Marta Simões
João dos Santos Martins nasceu em Santarém em 1989. É licenciado em Dança pela ESD - Lisboa (2010) e mestre em Estudos Coreográficos pela Paul Valèry III/ex.e.r.ce - programa dirigido por Mathilde Monnier em Montpellier (2013). Frequentou igualmente a Codarts, a P.A.R.T.S. e o MA-CuP em Giessen, dirigido por Bojana Kunst.
Trabalha como coreógrafo e bailarino desde 2008, articulando a sua prática em diversas colaborações expressas em peças como Le Sacre du Printemps (2013), codirigido com Min Kyoung Lee, Masterpiece (2013), Projecto Continuado (2015) - Prémio Autores SPA 2016 -, Autointitulado (2015) com Cyriaque Villemaux e Antropocenas (2017) com Rita Natálio.
Colabora regularmente como intérprete com Eszter Salamon e Xavier Le Roy, tendo, em 2017, dançado o solo Self Unfinished, de Xavier Le Roy, na Bienal de Dança de Veneza. Trabalhou anteriormente com Cão Solteiro, Ana Borralho & João Galante e Rui Horta, entre outros.
Do seu trabalho contam também a adaptação do solo Conquest (2010) de Deborah Hay, a reconstrução de Continuous Project Altered Daily (1970 - 2011) de Yvonne Rainer, em colaboração com os alunos ex.e.r.ce, Xavier le Roy e Christophe Wavelet, e a produção coreográfica de Tropa Fandanga (2014) do Teatro Praga. A convite de Susana Pomba para o programa Oldschool criou "Oldschool#40 ou Talvez ele pudesse pensar primeiro e dançar depois, ou Como fazer coisas sem dança ou Dança da Crise, 2015". em 2016 foi convidado pelo Teatro Viriato a dirigir Vera Mantero, João Fiadeiro, Clara Andermatt e Paulo Ribeiro no evento Reencontro onde, juntamente com Ana Bigotte Vieira, elabora as premissas para o projecto de historização colectiva da dança em Portugal “Para uma timeline a haver—genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal”. No mesmo ano, cria ainda, a convite do Walk&Talk Azores #dancewithsombody (2016) para e com o Núcleo de Artes Performativas 37,25.
Em 2017 comissaria o ciclo Nova—Velha Dança em Santarém onde dá continuidade à sua investigação sobre traços discursivos da história da dança, num programa de exposições, conversas, workshops e espectáculos.
João dos Santos Martins recebeu a bolsa de mérito da ESD-IPL 2008/09, foi bolseiro do programa danceWeb 2010, do Centro Nacional de Cultura (2010), do programa ENPARTS (2010/11) e da Fundação Calouste Gulbenkian (2011-13). É atualmente “artista residente” da Circular Associação Cultural e dirige a Associação Parasita (fundada em 2014). O seu trabalho foi apresentado em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Roménia, Brasil, Moçambique, Uruguai, Chile, República da Coreia e Nova Zelândia.
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