Grada Kilomba é uma artista portuguesa, cujo trabalho tem sido apresentado extensivamente a nível internacional, mas que no nosso país se manteve invisível até este ano. Colocando as questões fundamentais acerca da legitimidade do lugar da fala ― quem fala; a partir de onde; sobre o que pode falar ―, a sua obra trata de questões de memória, raça, género e descolonização do conhecimento que nos confrontam com o quanto existe ainda por fazer para que a descolonização aconteça de facto no contexto da sociedade portuguesa. Não se trata agora da descolonização de territórios geográficos, ou da criação de novos estados, mas da descolonização de territórios mentais, de formas de viver e de olhar que continuam ainda a empurrar para a invisibilidade a experiência de um largo grupo de cidadãos portugueses ou a boa integração de outros de outras proveniências.
Uma falta de reconhecimento que nos fecha em formas de vida paralelas, ao invés de promover o encontro, por vezes difícil porque informado por uma longa história de violência perpetrada pelo comportamento colonial, mas potencialmente fértil e frutuoso, se soubermos escutar as múltiplas formas do viver em conjunto, e outros tantos modos de narrar histórias pessoais e coletivas. Estas questões serão abordadas a partir da prática artística de Grada Kilomba, em conversa com Carla Fernandes, jornalista e produtora de rádio, mentora do audioblogue Afrolis, feito por afrodescendentes que vivem em Lisboa.
28 de Outubro | 18.30
Teatro Maria Matos
Sala principal
entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h • duração: 2h
live streaming acessível no próprio dia em www.teatromariamatos.pt
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