A Varanda de Jean Genet apresenta-se, a partir desta quinta-feira, no Teatro da Cornucópia. Depois da companhia ter apresentado Ela, do mesmo autor, a Cornucópia assume que este é um dos espectáculos mais arriscados da sua história.
O escritor francês Jean Genet associa a nossa sociedade a um bordel de luxo. O texto adaptado ao teatro parte para uma reflexão filosófica e política sobre uma sociedade toda fundada em relações de poder, sobre a História e os comportamentos humanos.
Nesse bordel de ilusões a que chamam A Varanda, as prostitutas ajudam a construir fantasias para o prazer dos clientes que imitam ou espelham as relações e as estruturas do poder: a igreja, a justiça, o exército, a polícia, mas também a relação patrão/escravo, rico/pobre e as relações amorosas.
As referências à verdadeira história passam pela Espanha do tempo da República e da Guerra civil, mas tudo é construído como uma grande metáfora.
Para compreender a história, em muito ajudam as interpretações de um elenco que inclui Beatriz Batarda, Dinarte Branco, Dinis Gomes, João Grosso, José Manuel Mendes, Luis Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Luísa Cruz ou Rita Durão.
Com encenação de Luís Miguel Cintra, este espectáculo representa para a Companhia "um enorme esforço de produção" na época de crise em que vivemos. O objectivo é o de afirmar a "poesia dramática, contra as regras de mercado a que, para sobreviver, inevitavelmente estará condenado como "indústria cultural"", pode ler-se na descrição da peça.
Podem entrar nesta Varanda de terça a sábado às 20h30 e aos domingo às 16h00. Os bilhetes custam €15.
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