Começa nesta quarta-feira, dia 4, no Rio, a primeira edição do Festlip, festival de teatro da língua portuguesa, que reunirá dez oficinas teatrais, duas de cada dos cinco países participantes do projeto: Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. A organizadora do projeto, Tânia Pires, e o curador da exposição sobre a história do teatro brasileiro (uma das atividades paralelas do festival), Álvaro de Sá, conversaram com o JB Online sobre a escolha do Brasil como sede do evento, a cena teatral falada em português, as diferenças culturais dos países participantes, planos para as próximas edições, e a importância de um festival como esse para integração da cultura da língua portuguesa.
JB Online- Entre os cinco países envolvidos no festival, por que a escolha do Brasil como sede da primeira edição do evento?
Tânia Pires: Porque a Talu Produções, idealizadora e realizador do projeto, é uma produtora brasileira e acredito que o público daqui seja bastante receptivo. A proposta é que a cada ano o Festlip se torne itinerante e que os países de língua portuguesa participantes possam ser palco das próximas edições. No ano que vem, temos planos para fazer a abertura no Rio de Janeiro e em seguida partir para Portugal.
JB Online- Apesar da língua em comum, Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Angola apresentam muitas diferenças culturais. Qual a importância de um festival como esse para promover intercâmbio cultural entre os países participantes?
Tânia Pires: O Festlip surge com a idéia de unificar através do teatro as singularidades de cada país e conseguir formar uma linguagem própria das artes cênicas da língua portuguesa.
JB Online- A mostra reúne um histórico do teatro brasileiro. O que mudou em nossa arte desde as casas de ópera do séc. XVIII, em termos de técnicas e estruturas?
Álvaro de Sá (curador da exposição O teatro no Brasil e a chegada da família real): Houve uma enorme mudança com relação à produção das peças de teatro. Nas casas de ópera do século XVIII existia um ator empresário que gerenciava a companhia de teatro e conseguia manter os seus custos apenas com a bilheteria. Atualmente, as produções são em grande maioria sustentadas pelos patrocinadores. Também temos uma mudança na forma de expressão teatral, no passo que hoje em dia os gestos são muito mais sutis e subjetivos. No século XVIII, as interpretações eram muito mais móveis e extremamente expressivas.
JB Online- Os outros países são marcados por sotaque bem diferente do nosso; será que o público brasileiro não terá problemas para entender os atores?
Tânia Pires: No geral não, porque o teatro é uma arte que além da linguagem se comunica pela expressão corporal, o que anula essa possível dificuldade de compreensão da língua portuguesa que no todo tem muita semelhança. Assim como o português de cada país tem um sotaque particular, podemos encontrar essa diferença nos grupos de teatro brasileiro. Temos um grupo de teatro de Pernambuco e outro de Curitiba. Ambos falam literalmente a mesma língua, porém de maneiras completamente diferentes.
JB Online- Qual a importância da música e da gastronomia dentro de um festival de teatro?
Tânia Pires: É extremamente importante promover o intercâmbio cultural entre todas as formas de arte dos países de língua portuguesa. A culinária é uma arte de expressão que desperta curiosidade de todos e pode promover esse encontro. A música cria a possibilidade de um grupo interagir com o outro simultaneamente. Os músicos estarão livres no palco para suas apresentações.
JB Online- É possível afirmar que o teatro brasileiro tem uma receptividade maior em outros países de língua portuguesa do que estes têm por aqui?
Tânia Pires: Não. Esse intercâmbio existe, mas não é fomentado. Ainda não temos instrumentos e incentivos para trazer grupos estrangeiros de língua portuguesa para cá e vice-versa. O Festlip surge com essa iniciativa.
O Festival de teatro da língua portuguesa acontece no Rio até o dia 15 de junho. Além das diversas peças que serão apresentadas, a programação ainda inclui gastronomia, música, palestras e oficinas de teatro. A programação oficial está disponível no site oficial da companhia, o http://www.talu.com.br/festlip.
JB Online- Entre os cinco países envolvidos no festival, por que a escolha do Brasil como sede da primeira edição do evento?
Tânia Pires: Porque a Talu Produções, idealizadora e realizador do projeto, é uma produtora brasileira e acredito que o público daqui seja bastante receptivo. A proposta é que a cada ano o Festlip se torne itinerante e que os países de língua portuguesa participantes possam ser palco das próximas edições. No ano que vem, temos planos para fazer a abertura no Rio de Janeiro e em seguida partir para Portugal.
JB Online- Apesar da língua em comum, Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Angola apresentam muitas diferenças culturais. Qual a importância de um festival como esse para promover intercâmbio cultural entre os países participantes?
Tânia Pires: O Festlip surge com a idéia de unificar através do teatro as singularidades de cada país e conseguir formar uma linguagem própria das artes cênicas da língua portuguesa.
JB Online- A mostra reúne um histórico do teatro brasileiro. O que mudou em nossa arte desde as casas de ópera do séc. XVIII, em termos de técnicas e estruturas?
Álvaro de Sá (curador da exposição O teatro no Brasil e a chegada da família real): Houve uma enorme mudança com relação à produção das peças de teatro. Nas casas de ópera do século XVIII existia um ator empresário que gerenciava a companhia de teatro e conseguia manter os seus custos apenas com a bilheteria. Atualmente, as produções são em grande maioria sustentadas pelos patrocinadores. Também temos uma mudança na forma de expressão teatral, no passo que hoje em dia os gestos são muito mais sutis e subjetivos. No século XVIII, as interpretações eram muito mais móveis e extremamente expressivas.
JB Online- Os outros países são marcados por sotaque bem diferente do nosso; será que o público brasileiro não terá problemas para entender os atores?
Tânia Pires: No geral não, porque o teatro é uma arte que além da linguagem se comunica pela expressão corporal, o que anula essa possível dificuldade de compreensão da língua portuguesa que no todo tem muita semelhança. Assim como o português de cada país tem um sotaque particular, podemos encontrar essa diferença nos grupos de teatro brasileiro. Temos um grupo de teatro de Pernambuco e outro de Curitiba. Ambos falam literalmente a mesma língua, porém de maneiras completamente diferentes.
JB Online- Qual a importância da música e da gastronomia dentro de um festival de teatro?
Tânia Pires: É extremamente importante promover o intercâmbio cultural entre todas as formas de arte dos países de língua portuguesa. A culinária é uma arte de expressão que desperta curiosidade de todos e pode promover esse encontro. A música cria a possibilidade de um grupo interagir com o outro simultaneamente. Os músicos estarão livres no palco para suas apresentações.
JB Online- É possível afirmar que o teatro brasileiro tem uma receptividade maior em outros países de língua portuguesa do que estes têm por aqui?
Tânia Pires: Não. Esse intercâmbio existe, mas não é fomentado. Ainda não temos instrumentos e incentivos para trazer grupos estrangeiros de língua portuguesa para cá e vice-versa. O Festlip surge com essa iniciativa.
O Festival de teatro da língua portuguesa acontece no Rio até o dia 15 de junho. Além das diversas peças que serão apresentadas, a programação ainda inclui gastronomia, música, palestras e oficinas de teatro. A programação oficial está disponível no site oficial da companhia, o http://www.talu.com.br/festlip.
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