MOSTRA DE TEATRO E MÚSICA DA EXTREMADURA ESPANHA
NO TEATRO NACIONAL D. MARIA II
8 A 11 FEV 07
entrada livre para todos os eventos
4 dias para conhecer o melhor da cultura extremenha
O Teatro Nacional D. Maria II, em parceria com a Junta da Extremadura, apresenta, de 8 a 11 de Fevereiro, vários espectáculos provenientes desta região. Quatro dias dedicados ao melhor teatro e música extremenha nos palcos da Sala Garrett, da Sala Estúdio e do Átrio. Com este evento o TNDM II pretende contribuir para o desenvolvimento das relações entre Portugal e Espanha e fortalecer os laços de amizade transfronteiriços.
Programa:
8 de fevereiro
Sala Estúdio – 19h00 – Soliloquio de Grillos, pela companhia de teatro Triclinium, encenação de Esteve Ferrer. Um espectáculo baseado num texto do poeta e dramaturgo Juan Copete que aborda um acontecimento real, passado durante a Guerra Civil espanhola.
Sala Garrett – 21h30 – Gecko Turner, concerto do cantautor extremenho, a sua música é rica pela variedade de sonoridades e ritmos com que se cruza: soul, reggae, bossa-nova, samba, funk, afrobeat e o flamenco, o ritmo característico do sul da península.
9 de fevereiro
Sala Estúdio – 19h00 – Solo Hamlet Solo, espectáculo de Miguel Murillo com encenação de Jesus Manchón. Uma releitura do clássico de Shakespeare.
Sala Garrett – 21h30 – Los Niños de los Ojos Rojos, em concerto. Esta banda apresenta um trabalho carregado de ares balcânicos, hip hop, fusão, beat box, música tradicional irlandesa e estribilhos e canções com uma sonoridade contagiante.
10 de Fevereiro
Sala Garrett – 21h30 – La Familia Vargas, concerto. Constituída por Miguel Vargas e os seus filhos Juan e Domingo, La Familia Vargas é hoje um dos mais genuínos expoentes do flamenco.
11 de Fevereiro
Sala Garrett – 18h00 - Orquestra Sinfónica da Extremadura + Luis Pastor concerto. Luis Pastor canta o Nobel português José Saramago acompanhado pela Orquestra Sinfónica da Extremadura.Átrio – El Lusitania Jazz Machine – 21h30 – El Lusitania Jazz Machine é um bom exemplo do “jazz world”. Reunidos no mesmo grupo, instrumentistas extremenhos e portugueses utilizam temas próprios e populares, expressando a realidade de uma música transfronteiriça.
Cada vez mais nos apercebemos que a cultura não é um bem individual. Pelo contrário, ela pode ser um factor de união entre povos e algo que, felizmente, os transcende. Tal é o caso de Portugal e Espanha, dois países vizinhos cujas raízes na Península Ibérica são comuns. A grande casa em que navegamos é o mundo e torna-se, por isso, urgente desenvolver as relações transfronteiriças e, a partir das raízes conjuntas, anunciar futuros encontros.
É nesse contexto que apresentamos estes quatro dias dedicados à Extremadura, com uma programação que vai desde o teatro, com Soliloquio de Grillos da Companhia de Teatro Triclininum e Solo Hamlet Solo apresentado pela Companhia E de Streno, até à música, destacando-se as sonoridades diversas de Gecko Turner, Los niños de los ojos rojos, o flamenco de La Familia Vargas, El Lusitania Jazz Machine e Luis Pastor que, acompanhado pela Orquestra Sinfónica da Extremadura, canta o Nobel português José Saramago.
Num país que por vezes esquece as suas raízes históricas, esta mostra é também uma reflexão sobre a necessidade de vencer fronteiras, de nos empenharmos numa efectiva cooperação cultural, enriquecendo ainda mais a visão sobre os dois países. O teatro, como a música, permitem, justamente, construir um universo dramático e artístico que, corporizados em personagens e sonoridades, confrontam as perplexidades da vida. Esta iniciativa é, pois, uma forma de consolidar aquela que esperamos ser uma longa amizade com a Extremadura espanhola e uma coexistência de visões que, embora geograficamente próximas, até então inexplicavelmente afastadas, se observem mutuamente e cresçam nessa observação.
Este derrubar fronteiras pode ser uma forma de construir uma identidade que, ao longo dos séculos, foi submetida a duras e terríveis privações. Mas a história, como a memória, servem apenas para recapitular a vida de um povo. É urgente, por isso, viver do futuro, dos projectos e sonhos que nos fazem ir mais além. Porque é importante saber o «lugar» que ocupamos no mundo e em relação aos outros. De que forma o que se passa em nosso redor pode ser fundamental para alargarmos o mudo diálogo connosco mesmos.
É com esta irresistível vontade de (re)descoberta que queremos proporcionar este olhar sobre o que de melhor se produz na vizinha Extremadura. Uma outra forma de nos pensarmos ou, como bem disse Eduardo Lourenço, “o Tempo – nós como Tempo – tornado sensível, audível, dizível.”
Carlos Fragateiro
José Manuel Castanheira
A presença habitual de artistas portugueses nos palcos e museus da Extremadura tem contribuído para que Portugal ocupe um lugar importante na vida cultural desta região. Nesta ocasião, é a cultura da Extremadura que se aproxima de Lisboa com vários espectáculos para apresentar uma pequena mostra da vivacidade, criatividade e do que é a sociedade actual na Extremadura.
Junta de Extremadura
COMPANHIA DE TEATRO TRICLINIUMSALA ESTÚDIOFEV 0819h00
encenação espaço cénico ESTEVE FERRER
desenho de luz JUANJO LLORENS
figurinos EDUARDO ACEDO
direcção técnica PEDRO RODRIGUEZ
produção executiva ANDREA MOVILLA
produção TRICLINIUM TEATRO
com
PAQUI GALLARDO, MEME TABARES, PACA VELARDIEZ
Vozes:
RAQUEL BAZO, ANA MARTÍN, ESTEBAN G. BALLESTEROS, FERNANDO RAMOS, PEDRO RODRÍGUEZ, JUAN CARLOS TIRADO, LALI DONOSO, LOURDES GALLARDO, JESÚS MANCHÓN, ESTEVE FERRER, CISCO GALLARDO
SINOPSE
“Soliloquio de Grillos” é uma peça baseada num texto do poeta e dramaturgo Juan Copete que aborda um acontecimento real, passado durante a Guerra Civil espanhola. A história é sobre três mulheres desaparecidas na Guerra que são encontradas em valas comuns e que regressam à vida através das recordações e da fusão mágica entre o presente e o passado. Esta viagem é, sobretudo, uma busca da justiça e da dignidade que se deve aos mortos mas, acima de tudo, aos sobreviventes. Três personagens gritam e reivindicam a partir de um túmulo sem nome o reconhecimento das suas vidas. São três mulheres muito diferentes nos seus costumes e no seu modo de entender a vida, porém, estão unidas pelo drama, não já da Guerra Civil, mas das suas consequências, da repressão posterior que durou vários anos.
Três actrizes escondidas nos ossos de três mulheres que fugiram por entre caminhos e sendas de matos e bosques ou abraçaram a miragem republicana de uma Espanha sem misericórdia que se pretendia livre. Três mulheres repletas de medos e sonhos falsos, inventando futuros para neles se refugiarem. Trocam-se palavras de rancor, mas também diálogos de esperança, recordações que se insinuam tão altas que nem o som dos grilos os pode calar.
JUAN COPETE
Licenciado em Filologia Hispânica pela Universidade da Extremadura, Copete abandonou o ensino para trabalhar na sua autêntica paixão: o teatro. Membro do Centro de Documentação Teatral de Olivenza, concebeu "Las Maduras", um pequeno espectáculo que conheceu grande receptividade no público e que, enquanto, primeiro trabalho, demonstrou a eficácia da sua linguagem para teatro. As personagens de Copete, localizadas entre o realismo, o grotesco e o trágico, expressam-se de modo a que o espectador as aceite como suas. Os monólogos e micro comédias que se seguiram conheceram grande êxito pelas suas representações em locais como o Foro Romano de Mérida. "Las Parcas", escrito em colaboração com Miguel Murillo foi, na edição de 2001, reconhecida e apreciada pelo público. Destaque ainda para textos como "La Albuera: Historia de Amor y Muerte", sobre a Batalha de la Albuera (Badajoz) ou "El Motín de Aranjuez". No campo editorial, Copete mantém uma colaboração com a editora De la Luna Libros, tendo já publicado alguns dos seus textos na revista "La Luna de Mérida". "Aguas tan Frías que Hielan el Corazón" (1999), "Aullidos" (2001) e "Al Calor Tíbio del Frío Andén" (2002) são alguns dos títulos publicados até ao momento.
CONCERTO
SALA GARRETT
FEV 0821h30
Nascido em Badajoz, em 1966, Gecko Turner é um músico de ampla trajectória. Este “cantautor”, já com mais de doze discos editados, entre álbuns e singles em todos os formatos (CD’s, vinis e MC’s), tem liderado vários grupos musicais como Perroflauta, The Animal Crackers ou The Revrendoes, um duo com Gene Garcia que mantém actualmente. Todos os trabalhos incluem inéditos da sua autoria, com textos em espanhol, português e inglês. Gecko Turner, que fez da fusão de diferentes ritmos a sua imagem de marca, já realizou também trabalhos de produção musical para autores tão diversos como Luís Pastor ou Inlavables.
Com raízes predominantemente afro-americanas, a sua música é rica pela variedade de sonoridades e ritmos com que se cruza: soul, reggae, bossa-nova, samba, funk, afrobeat e o flamenco, o ritmo característico do sul da península. Um trabalho de construção de pontes culturais numa dupla direcção: desde o sudoeste da Península Ibérica, até à África e América, sem esquecer o resto do mundo. Confessando a importância do contacto com instrumentistas brasileiros e cubanos, assim como o reggae e o afrobeat, o artista encara a composição das suas músicas como um processo orgânico que explica, assim, a interminável germinação dos seus discos. Às letras, que obedecem sobretudo a jogos fonéticos e à escrita automática, soma-se a inspiração que vem do encontro de diferentes povos e culturas.
Prémio Extremadura, em 2004, na área da Criação, Gecko Turner surpreende pela forma como, a partir da conjugação de ritmos provenientes de universos totalmente diferentes, consegue criar uma unidade e uma cadência inovadora. Na sua discografia contam-se trabalhos como “Guapapasea!”, uma combinação de estilos e ritmos misturados pelo próprio Gecko, com um toque de soul, reggae e alguns remixes de temas disco.
Solo Hamlet Solo
de Miguel Murillo a partir de Shakespeare
COMPANHIA E DE STRENO
SALA ESTÚDIO
FEV 0919h00
encenação JESÚS MANCHÓN
cenografia MIKELO BRIKOMERIDA SIDOFORMA
figurinos EVA LEÓN LUISI PENCO ISABEL GAMA
música TUTXI
assistente de encenação JOHNNY DELIGHT
coreografia LOLA PRIETO
adereços ISABEL BORRALLO
maquilhagem PEPA CASADO
animação MIKELO ALEX PACHÓN
vídeo RUBÉN PRIETO
desenho de luz FRAN CORDERO
operação de luz JAVIER MATA
desenho de som TUTXI
operação de som I.S.S
produção E DE STRENO
com
JOSÉ VICENTE MOIRÓN
SINOPSE
Encontrando-se num campo de batalha, desprovido de qualquer coordenada temporal, Hamlet surge acompanhado apenas pelos seus fantasmas. Representando aquela que é a condição humana, um passado que é uma referência mas que se desvanece quando deixamos de olhar para ele e um futuro que se confunde, inevitavelmente, com o passado, Hamlet chega a esse futuro. A personagem carrega a fúria de um passado que só tem sentido a partir de uma promessa sagrada feita a um espectro, o espectro do seu pai, assassinado pela ambição, traído. Afastando-se daquilo que se julgaria ser uma narração ou um monólogo, este espectáculo reflecte sobre os conflitos que estiveram subjacentes ao processo de criação desta peça, entre eles, o que terá levado Shakespeare a desenhar o melhor retrato cénico da loucura humana, aquela que engendra deuses, espectros, profetas, amores inacessíveis, arte, guerra, morte e esquecimento. No final, deparamo-nos com um Hamlet comprometido até às últimas consequências com a sua causa e generoso com o público por nos permitir desfrutar de outras onze personagens que o convidam a aceitar a sua realidade.
Miguel Murillo
Miguel Murillo, professor, director do Consórcio “Lopez de Ayala-Badajoz” e do Festival Internacional de Teatro e Dança de Badajoz assina esta peça que conta com a interpretação do actor José Vicente Moirón. Autor teatral de reconhecido prestígio com prémios como o de Torres Naharro, em 1980 e 1982 pelas peças “El Reclinatorio” e “Columbella”, Prémio Constitución, em 1985, por “Las Maestras”, Prémio Internacional de Teatro de Caracas, em 1990, por “Perfume de Mimosas”, Miguel Murillo Gómez foi ainda finalista dos Prémios Celestina de Teatro, Prémio da Crítica de Madrid (1999) por “El Pájaro de Plata” e, em 2002, Prémio Lope de Vega por “Armengol”.
Los Niños de los Ojos Rojos
CONCERTO
SALA GARRETT
FEV 0921h30
Naturais de Cáceres, com um percurso onde se regista uma evolução sonora e várias alterações nos membros do grupo, Los Niños de los Ojos Rojos apresentam o seu mais recente trabalho, “Hijos del Humo”. Um trabalho carregado de ares balcânicos, hip hop, fusão, beat box, música tradicional irlandesa e estribilhos e canções com uma sonoridade contagiante. Sem descurarem o enquadramento num determinado cenário, este grupo surpreende pelo seu novo conceito de entender a música e o espectáculo.
Ao jovem violinista do grupo, Hector Alviz, desde sempre seduzido pelas melodias celtas, juntaram-se outros músicos que deram origem à formação que hoje se conhece como os NOR (Niños de los Ojos Rojos). Rapidamente apresentaram o seu projecto na cidade e nos arredores, passando a tocar em festivais de renome internacional como o WOMAD, o Festival Internacional de Música Celta de Ortigueira ou o também Festival Internacional de Folk de Plasencia. A sua participação neste último festival consagrou-os em toda a sua Comunidade Autónoma e foi transmitida pela TVE para toda a Extremadura. Ao primeiro trabalho “Venga Enseguía!”, com oito temas de música folk original e uma versão insólita da letra tradicional extremenha “El Candil” seguiu-se, em 2005, “Hijos del Humo”, constituído por treze temas de folk, uma fusão étnica de ritmos e estilos com colaboradores como Jesus Cifuentes de Celtas Cortos ou Ana Jiménez.
La Familia Vargas
FLAMENCO
NA SALA GARRETT
FEV 1021h30
Constituída por Miguel Vargas e os seus filhos Juan e Domingo, La Familia Vargas é hoje um dos mais genuínos expoentes do flamenco. Miguel Vargas iniciou as suas actividades como emigrante flamenco na Costa Brava, acompanhando cantores e bailarinos e visitando tablados de flamenco nas Canárias ou em França, tendo regressado mais tarde à Extremadura. Aqui, a sua arte foi rapidamente reconhecida, inclusive ao participar nos principais festivais de flamenco, teatros e encontros de toda a nação, sem esquecer o seu concerto no Teatro Romano de Mérida junto a Camarón de la Isla. As fronteiras da Extremadura foram rapidamente ultrapassadas pela Familia Vargas com os vários espectáculos que protagonizaram nos últimos anos, tendo tido a ocasião de actuarem em locais como: Centro Cultural de Madrid, Bienal de Flamenco de Sevilha, na prestigiosa sala considerada já a oitava do mundo em jazz, no Café Central, no Womad de Cáceres, na tourné nacional de “Artistas en Ruta” ou ainda na Feira Mundial de Flamenco de Sevilha. Para além de terem já apresentado os seus trabalhos em diferentes programas da televisão portuguesa e espanhola, colaboraram ainda na longa-metragem dirigida por Moncho Armendáriz. La Familia Vargas tem dado um imprescindível contributo para a dinamização da arte do flamenco, acreditando que esta é uma arte universal dado que os sentimentos que expressa estão em todas as culturas, apenas com linguagens distintas.
Orquestra Sinfónica da Extremadura
+ Luis Pastor
canta José Saramago
CONCERTO
SALA GARRETT
FEV 1118h00
Nascido em Berzocano (Cáceres), Luis Pastor chegou a Madrid no início dos anos sessenta. No verão de 1970 decide viajar pela Europa e, com a sua guitarra, visita vários centros de emigrantes na Alemanha, França e Bélgica. Dois anos depois abandona a sua carreira de empregado de seguros e decide cantar até aos nossos dias. É logo em 1972 que sai o single que, contendo os temas “La Huelga del Ocio” e “Com dos Años”, é muito apreciado nos círculos de protesto social e político. Lançando ainda em 1973 um novo single que incluía uma versão musical de “El Niño Yuntero”, de Miguel Hernández e “Hace falta Saber”, é em 1975 que Luis Pastor assina um contrato discográfico com a companhia Movieplay e lança o seu primeiro LP, “Fidelidad”. “Vallecas” (1976), “Nacimos para ser Librés” (1977) e “Amancer” (1981) foram os álbuns que se seguiram. Em 1983 foi contratado pela TVE para desempenhar o papel de um cego que cantava cantigas sempre alusivas à realidade quotidiana. “Nada es Real” (1985), disco que edita com a companhia Fonomusic, começa a destacar-se pelas variações musicais do cantautor urbano que se começa, cada vez mais, a afirmar. “Por la Luna de tu Cuerpo” (1986) e “Aguas Abril” (1988) afirmam, progressivamente, uma carreira a solo.
Em Agosto de 1991 grava, em directo, no Teatro Romano de Mérida, um LP duplo. “Directo” será o trabalho daí resultante, editado por uma nova casa discográfica, Pasión, e conta com a presença de dois músicos convidados: a voz de Pablo Guerrero e a guitarra de Raimundo Amador. Demonstrando sempre uma grande capacidade de sobrevivência, Luis Pastor grava, em 1994, o CD “La Torre de Babel” e, no ano seguinte, cria a sua própria marca musical dentro da discográfica independente extremenha, Jammin, onde edita “Flor de Jara”. Em parceria com a revista “El Europeo” lança “Diário de a Bordo” (1998) e “Por el Mar de mi Mano”. “Piedra de Sol” (2000) será o primeiro disco de uma trilogia onde o autor recupera as suas canções mais antigas com novas versões.
Reconhecido com a Medalha da Extremadura (2003) e o Prémio A La Lealtad Republicana (2005) tem, desde então, apresentado trabalhos como “Pásalo” (2004), gravado e produzido por Chico César no Brasil e “Dúos” (2006), uma recompilação de todos os duos dos discos anteriores com músicos como: Miguel Rios, Chico César ou a portuguesa Dulce Pontes. Em Novembro de 2006 lança um novo disco-livro com desenhos de Javier Fernández de Molino e prefácio de José Saramago, com dois CD’s, em castelhano e português. “Nesta Esquina do Tempo” é o último trabalho constituído por catorze poemas do escritor português, cantados com a colaboração de João Afonso e de Pasión Vega.
Enquanto projecto da Junta da Extremadura, a Orquestra deu o seu concerto inaugural na Basílica del Real Monasterio de Santa Maria de Guadalupe, sob a batuta do seu director Jesús Amigo. Desde então, tem desenvolvido uma grande actividade concertista, sobretudo na Comunidade da Extremadura, para além de actuações de destaque em Portugal e no resto da Espanha. Em actividade desde 2000, a qualidade da sua programação tem sido referida, destacando-se um grande número de obras de compositores espanhóis, tais como: Tomás Marco, Carlos Cruz de Castro, Miguel del Barco, Salvador Brotóns, Cristóbal Halffter, entre outros. Com um repertório que vai desde o século XVIII até à música contemporânea, a OEX mantém uma política de apoio à nova produção musical, contribuindo para o aumento do património no campo da música.
CONCERTO
ÁTRIO
FEV 1121h30
Dirigida por Javier Arroyo Zapatero, a El Lusitania Jazz Machine é composta por artistas de ambos os lados da Raia hispano-portuguesa. Dedicando-se à investigação da música popular ibérica e africana como fonte de revitalização das raízes comuns a estes povos, esta formação utiliza o jazz enquanto linguagem universal. Reúnem-se assim, no mesmo grupo, instrumentistas extremenhos e portugueses para que, utilizando temas próprios e populares, expressem essa realidade bilingue que é a Raia. “Milho Verde” (2003), uma fusão entre o jazz e as músicas populares, foi, aliás, gravado no Centro Cultural Raiano com o apoio do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças da Junta da Extremadura e a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. Tendo realizado vários concertos em Cáceres, Campo Maior, Malpartida de Plasencia, Caldas da Rainha, entre outros locais, El Lusitania Jazz Machine é um bom exemplo do “jazz world” onde, apesar das várias uniões de sonoridades não se notam as costuras entre elas. Pelo contrário, o seu trabalho leva-nos numa viagem desde ambientes lusos, andaluzes, flamengos, africanos, mediterrânicos onde, apesar dos temas serem, na sua maioria, da autoria de Javier Arroyo, podemos ainda encontrar outros de Miles Davis ou Donald Bird.
Comments