Biografias de Francisco Palha e António Pinheiro apresentadas no D. Maria II


Biografias de Francisco Palha e António Pinheiro apresentadas no D. Maria II
Francisco Palha e António Pinheiro são os biografados nos dois mais recentes volumes da coleção "Biografias do Teatro Português", que foram apresentadas no sábado, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

A biografia de Francisco Palha foi apresentada pelo autor, Levi Martins, que é codiretor da Companhia Mascarenhas-Martins, com sede no Montijo, e pela atriz e encenadora Cucha Carvalheiro, que já foi diretora artística do Teatro da Trindade, mandado construir pelo biografado.

O volume dedicado a António Pinheiro será apresentado pela autora, a professora e crítica de teatro Eugénia Vasques, e pela atriz e encenadora Fernanda Lapa.

Estas duas biografias constituem o sétimo e oitavo volumes daquela coleção da Imprensa Nacional, em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II e o Teatro Nacional S. João.

Francisco Palha (1827-1890) foi dramaturgo, empresário e o grande impulsionador da construção do Teatro da Trindade, em Lisboa.

Na biografia de Francisco Palha, Levi Martins apresenta "um profissional excelente" em vários domínios da atividade teatral que teve a capacidade de conciliar a gestão com a sensibilidade artística, a lei e a cultura, de acordo com a obra.

Em 1866, o escritor e dramaturgo Francisco Pereira Palha de Faria de Lacerda decidiu construir o seu próprio teatro, aliando-se a alguns amigos pessoais, entre os quais o duque de Palmela.

O Largo da Trindade, em Lisboa, foi escolhido por aí ter funcionado, em meados do século XVIII, a Academia da Trindade, que foi o primeiro teatro popular de Ópera de Lisboa.

O Teatro da Trindade foi inaugurado em 30 de novembro de 1867, o que faz desta sala de espetáculos uma das mais antigas de Lisboa em atividade. Francisco Palha sido o seu primeiro empresário.

António Pinheiro, protagonista do oitavo volume da coleção, nasceu em Tavira, em 1867. É considerado uma das principais figuras do teatro de finais do século XIX e início do século XX, em Portugal.

Com uma carreira de ator -- pertenceu a companhias como a Rosas & Brazão, a Sociedade Artística e a Companhia Amélia Rey-Colaço-Robles Monteiro -, António Pinheiro teve também uma vasta carreira como ensaiador/encenador.

António Pinheiro foi também um dos impulsionadores dos sistemas de apoio aos artistas dramáticos, entre os quais a Associação de Classe dos Trabalhadores do Teatro, em 1915.

Em 1900 notabilizou-se com a composição da personagem San Vito, na peça "Viriato trágico", de Júlio Dantas.

Francisco Palha
Vol. 7 da Coleção "Biografias do Teatro Português"
de Levi Martins

O sétimo volume desta coleção é dedicado a Francisco Palha (1827-1890), o principal promotor da construção do Teatro da Trindade, de Lisboa, e o seu primeiro empresário. Apesar da reconhecida importância deste seu empreendimento, que em 2017 celebrou 150 anos de existência, houve todo um percurso anterior, até agora esquecido, e que explica o sucesso então alcançado com aquela nova sala de teatro.

A forma intimista como o autor nos aproxima da vida do biografado e o tom pessoal da sua escrita fazem desta leitura uma agradável descoberta de um homem de teatro, cujo discreto lugar na nossa memória coletiva não corresponde, de todo, à real importância das suas ações.



António Pinheiro
Vol. 8 da Coleção "Biografias do Teatro Português"
de Eugénia Vasques

António Pinheiro (1867-1943), considerado um dos atores portugueses mais inteligentes e instruídos da sua geração, é a personalidade recordada por Eugénia Vasques neste escrito biográfico. Apoiada em provas documentais, algumas das quais inéditas, a autora guia-nos pelo longo e riquíssimo percurso artístico de Pinheiro, recorda aspetos marcantes da sua vida pessoal, sublinha o seu empenho na luta associativa em defesa dos profissionais de teatro, tudo isto inserido num contexto social e profissional que nos permite avaliar a relação de Pinheiro com os seus pares bem como o seu posicionamento relativamente às tendências estéticas da época. 

Competências múltiplas, espírito versátil e trabalho afincado fizeram com que a sua presença no teatro fosse além da representação, tendo desempenhado as funções de diretor de cena, ensaiador, marcador de peças e «metteur-en-place». Ainda ligado à atividade teatral, foi professor do Conservatório, onde deu a sua última aula aos 70 anos. 




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