Diga-nos o nome de outra peça escrita por Marguerite Duras e ganhe um bilhete duplo para assistir à peça "A Fera na Selva" no Centro Cultural do Cartaxo, sábado dia 2 de Fevereiro. Envie a sua resposta para guiadosteatros@gmail.com com o seu nome.
A Fera na Selva (The Beast in the Jungle, Henry James, 1903) recria em conto a angústia de dois seres em vertigem sobre o grande espanto que é viver. A ansiedade, o medo, a cautela perante o que virá, vai assim modulando uma relação cúmplice, um tempo dilatado de convívio, um quase-ritual-quase-iniciático, aos meandros de uma escuridão que também é nossa, dos leitores.
Duras apoiando-se na adaptacão dramática do texto, de James Lord (com quem colabora numa primeira versão, nos anos sessenta), recria na sua Fera final (1981), este labirinto psíquico de revelações e ocultações, de simulacros e frustrações, que habita também toda a sua escrita.
O trabalho de encenar este texto, e interessa frisar que mais do que um espectáculo, A Fera na Selva será um trabalho de texto, prende-se não só com o prazer de reconhecer os rostos de John Marcher e Catherine Bertram em dois actores singulares, Margarida Marinho e Filipe Duarte, mas sobretudo em praticar em cena as paisagens emocionais, os vocábulos superlativos de James, filtrados na lendária música durasiana que nos deu India Song ou Savanah Bay.
A fera que no fim surgirá da densa selva e nos saltará ou não para cima, hedionda, inqualificável e implacável na sua predação, continua à espreita. À nossa espreita.
Marguerite Duras autoria
João Paulo Esteves da Silva tradução
Miguel Loureiro encenação
Tomás Colaço cenografia
José António Tenente figurinos
Daniel Worm desenho de luz
Pedro Costa sonoplastia
VanityHair by Ulisses Cabelos
Mirró Pereira e Rafael Rodrigues assistentes de encenação
Nuno Pratas produção executiva
Filipe Duarte e Margarida Marinho interpretação
Uma coprodução CCB/Teatro Municipal do Porto/Culturproject
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