O concerto "Big Band Júnior abraça Sassetti" acontece no domingo, às 17h30, na sala Luís Miguel Cintra, do Teatro S. Luiz, Lisboa. Os ensaios decorrem durante sete dias entre as 10h e as 18h.
A Big Band Júnior, Orquestra-Escola de Jazz, apresenta, no domingo, pela primeira vez, um espetáculo com repertório totalmente português e essencialmente de Bernardo Sassetti, para dar a conhecer um músico que os jovens já não terão oportunidade de ouvir.
Ao segundo dia de ensaios intensos, os cerca de 20 jovens músicos da Big Band Junior (BBJ) ensaiavam quase sem descanso, na escola do Hot Clube, o repertório musical de Bernardo Sassetti que vão apresentar no domingo à tarde, no São Luiz Teatro Municipal.
Os ensaios decorrem entre as 10h00 e as 18h00 e os alunos, cansados, mas visivelmente satisfeitos, colocam todo o seu empenho no projeto e na preparação deste espetáculo, que tem como principal objetivo, mais do que homenagear, dar a conhecer às camadas mais jovens — tanto aos alunos como ao público — o compositor e pianista Bernardo Sassetti, que morreu em 2012.
“As gerações mais jovens já não têm oportunidade de o ouvir”, disse à Lusa João Godinho, que, juntamente com Alexandra Ávila Trindade, faz parte da direção artística da BBJ.
“Já há muito tempo que queríamos trabalhar com o repertório de um compositor português. Escolhemos o Bernardo Sassetti por uma questão, também, de afinidade pessoal. Foi o nosso primeiro músico convidado, mas não estava disponível na altura, por motivos de agenda. Foi uma ponta que ficou pendurada. Concretiza-se agora a nossa vontade”, explicou Alexandra Ávila Trindade.
O repertório é constituído essencialmente por temas de Bernardo Sassetti arranjados para big band por músicos portugueses, complementado por composições ou arranjos de outros músicos portugueses, um aspeto sobre o qual João Godinho falou, confessando surpresa pela quantidade de composições do pianista que encontrou já com arranjos feitos por outros músicos.
A Orquestra-Escola tem vindo, de resto, a organizar os concertos dos últimos anos com um “peso cada vez maior de repertório português”, o que é um “desafio”, porque os jovens músicos de jazz normalmente “querem tocar os standards“, como Duke Ellington, por exemplo.
No entanto, “estão muito animados, mas também sabem que somos desestabilizadores, e deste projeto espera-se também tirá-los da zona de conforto e que experimentem outras coisas”, afirmou a diretora artística.
A boa surpresa foi verificarem que os alunos chegaram aos ensaios já com preparação, porque estudaram em casa o material que receberam antes. “Isto permite começarmos logo a trabalhar os pormenores. Já estamos na parte da interpretação e é o que se espera, porque sete dias é pouco tempo para preparar um espetáculo destes”, considerou Alexandra Ávila.
A BBJ tem a particularidade de incluir músicos de instrumentos que habitualmente não estão associados ao jazz, como é o caso do oboé, do acordeão ou do violino. O concerto “Big Band Júnior abraça Sassetti” acontece no domingo, às 17h30, na sala Luís Miguel Cintra, do Teatro S. Luiz.
Com direção musical e pedagógica de Claus Nymark, e coapresentação de Orelha Viva — Associação Cultural, Hot Clube de Portugal, Casa Bernardo Sassetti e São Luiz Teatro Municipal, o concerto tem como convidados os músicos Filipe Raposo, Inês Laginha e Rita Maria.
A BBJ é uma orquestra-escola de jazz constituída por cerca de vinte músicos, entre os 12 e os 19 anos de idade, e tem por missão estimular o gosto pelo jazz entre os mais novos, proporcionando uma formação aos seus alunos enquanto músicos de uma orquestra de jazz e dando-lhes a oportunidade de experienciarem momentos que fazem habitualmente parte da vida de um músico profissional.
A coordenação geral da BBJ está a cargo da Orelha Viva — Associação Cultural e do Hot Clube de Portugal, que, além de integrar o projeto entre as suas atividades de iniciação ao jazz, confere suporte administrativo e acolhe semanalmente as suas aulas-ensaio na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas.
Lusa
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