"Último Ancestral Comum" do Rio de Janeiro para Miragaia


Companhia Teatro Voador Não Identificado investiga genealogia em solo interpretado por Leandro Romano

"Último Ancestral Comum" é um espetáculo da companhia carioca Teatro Voador Não Identificado que tem como tema a inação. No palco, há apenas um ator (cuja ausência de atuação não garante ao público que este de fato seja um ator) lendo um texto (que o público é incapaz de determinar se é lido ou decorado). A partir destas incertezas, o ator Leandro Romano (também diretor e dramaturgo do projeto) narra um acontecimento pessoal de sua infância: quando criança, na aula de teatro, perdeu o papel principal de uma peça e foi escalado para interpretar uma árvore. Quase vinte anos depois, Romano volta aos palcos para reviver seu trauma: interpretar uma árvore. Dada sua imobilidade, o espetáculo questiona o significado de atuação e, em segunda instância, o que significa teatro para o mundo contemporâneo. Tendo como principal ferramenta sua própria voz, Romano tenta remontar sua árvore genealógica, que inclui não somente seus membros familiares, mas também as inspirações artísticas que o levaram a construir o espetáculo.

Para isso, a companhia procurou construir uma forma teatral híbrida, uma intersecção incomum entre solo, performance, palestra, manifesto, leitura dramática, stand-up comedy e, possivelmente, teatro. "Último Ancestral Comum" conta ainda com a participação de outros integrantes do grupo: o espetáculo é co-dirigido por Julia Bernat e co-escrito por Luiz Antonio Ribeiro. O visagismo é assinado por Elsa Romero e o desenho de luz por Isadora Petrauskas.

Serviço

23 e 24 de outubro, 21h30
Auditório do Grupo Musical de Miragaia
Rua da Arménia, 18 - Porto
Ingressos: 5 euros (geral) - 4 euros (profissionais do espetáculo) - 3 euros (sócios GMM)
Classificação etária: Livre

Ficha Técnica

Direção, dramaturgia e atuação: Leandro Romano
Co-direção: Julia Bernat
Co-dramaturgia: Luiz Antonio Ribeiro
Visagismo: Elsa Romero
Iluminação: Isadora Petrauskas
Design gráfico: Leandro Romano
Produção: Isadora Petrauskas, Julia Bernat e Leandro Romano

"Último Ancestral Comum” é uma produção da companhia Teatro Voador Não Identificado


Sobre a companhia

O Teatro Voador Não Identificado é uma companhia de teatro do Rio de Janeiro que, desde 2011, desenvolve uma pesquisa particular nas áreas de dramaturgia e estética teatral contemporâneas. Seus trabalhos são caracterizados pela ideia de apresentação única (dando a ver as potencialidades do efêmero) e propõem experiências cênicas que consideram a presença física do espectador no espaço teatral, através de uma linguagem que frequentemente entrelaça elementos de ficção e realidade. Formado por então alunos dos cursos de Teoria do Teatro e Cenografia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), o grupo é composto por sete artistas que se dividem em diferentes funções: Elsa Romero (cenógrafa), Gaia Catta (cenógrafa, figurinista e iluminadora), Isadora Petrauskas (cenógrafa e iluminadora), Julia Bernat (atriz, diretora e dramaturga), Leandro Romano (diretor e produtor), Lia Maia (cenógrafa e figurinista) e Luiz Antonio Ribeiro (dramaturgo).

Entre seus projetos mais recentes, destaca-se O PROCESSO (2014), baseado na obra homônima de Franz Kafka, espetáculo pelo qual a companhia foi indicada ao Prêmio Shell/RJ na Categoria Inovação. Tendo como protagonista um ator convidado diferente a cada apresentação, a peça contou com a participação de importantes artistas da cena contemporânea (Gregorio Duvivier, Charles Fricks, Lilia Cabral, Julio Adrião, Fabio Porchat, Mateus Solano, entre outros) em seis bem sucedidas temporadas no Rio de Janeiro e em Curitiba.

O primeiro espetáculo da companhia, PONTO FRACO (2011), realizou diversas apresentações dentro do circuito universitário, proporcionando debates com alunos e professores de escolas de teatro. Em 2012, o grupo foi selecionado para a residência artística Vem! (organizada pelo diretor Alexandre Mello no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Rio de Janeiro), onde recebeu apoio para a montagem de SHUFFLE, espetáculo que, em 2014, foi uma das atrações do I FIT Rio (Festival Internacional de Teatro do Rio de Janeiro). Ainda em 2012, a companhia se apresentou na Mostra Minimalista (Petrópolis, RJ) com SONO (OU SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DA PERCEPÇÃO SENSORIAL E MOTORA), cena vencedora da mostra, e no Festival de Inverno do Midrash (Leblon, Rio de Janeiro) com a leitura dramatizada dos textos STRIPTEASE e SONHO COM REVÓLVER, ambos da encenadora argentina Lola Arias, uma das influências artísticas do grupo. No ano seguinte, participou do Projeto CoIsA (Reduto, Rio de Janeiro), onde recebeu a supervisão artística de Jefferson Miranda (diretor da ciateatroautônomo) na criação de TEMPO REAL (2013), espetáculo que estreou no I FITU (Unirio) e, posteriormente, foi apresentado no FESTU (PUC-Rio) e em diferentes teatros da cidade do Rio de Janeiro. Em 2014, o Teatro Voador Não Identificado promoveu uma ocupação na Sede das Cias (Lapa, Rio de Janeiro), onde exibiu seu repertório completo e ofereceu uma oficina para atores, ministrada pelo diretor Leandro Romano. Em 2016, ano em que comemorou cinco anos de atividades, a companhia montou seu quinto espetáculo, O FIGURANTE, no Sesc Copacabana (Rio de Janeiro). Atualmente o grupo prepara seu próximo espetáculo AS MIL E UMA NOITES, com estreia prevista para julho de 2018 no Oi Futuro Flamengo (RJ).

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