Projetos comunitários do MEXE regressam hoje ao TeCA

    _ Eles não usam Tênis Naique

Evento inicia-se com a estreia de O que acontece quando a Pele se Mexe?, um documentário que assinala o décimo aniversário da Pele

A quarta edição do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade – chega hoje ao Teatro Carlos Alberto (TeCA), com a estreia do filme O que acontece quando a Pele se Mexe?. Com guião e realização de Nuno F. Santos, o documentário será exibido às 19h30 e assinala os dez anos da Pele, o coletivo do Porto que tem trabalhado em linguagens artísticas como o teatro, a música e a dança. “Cidade-Corpo Coletivo” é o tema deste ano do MEXE que voltou a destacar o Teatro Nacional São João como um parceiro privilegiado, levando, até 24 de setembro, sete iniciativas aos espaços do TeCA.

    _ Fuenteovejuna

Projetos com comunidades brasileiras e espanholas
Confirmando a vitalidade de um conjunto de práticas artísticas de cariz comunitário, o MEXE promove o intercâmbio nacional e internacional, fazendo chegar produções espanholas e brasileiras ao Teatro Carlos Alberto. Na quinta-feira, 21 de setembro, às 21h00, a iniciativa dá voz às mulheres ciganas do acampamento de Vacie (Sevilha) com Fuenteovejuna, um espetáculo com direção de Pepe Gamboa sobre a insurgência contra a injustiça e os abusos de poder.

Segue-se Eles não usam Tênis Naique, o espetáculo que vai colocar em cena a presença ofensiva e, ao mesmo tempo, já tão naturalizada do tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro, pondo em cena pai e filha, ambos traficantes, mas de gerações diferentes. O espetáculo da companhia CIA Marginal – com encenação de Isabel Penoni – pode ser visto na sexta-feira, dia 22 de setembro, às 21h00. Já no domingo, o palco do TeCA recebe mais uma influência da vizinha Espanha, explorando os sentimentos daqueles que deixam a sua terra em busca de um futuro melhor para viver. La Vida en Una Maleta conta com direção artística de Arantxa Lurre e tem início às 16h00.

Espetáculo com raízes no mar lusitano
Ainda no sábado, o TeCA recebe, às 21h00, Quando o Mar É Mais que, com direção artística de Hugo Cruz e Susana Madeira, estabelece um diálogo entre o passado, o presente e futuro da cidade de Esposende, colocando o mar em destaque. O espetáculo tem um coro e intérpretes musicais que atuam ao vivo, completando as histórias genuínas e verídicas da comunidade esposendense. Nuno Carinhas, diretor artístico do Teatro Nacional São João, explica que “todo o teatro se destina a uma comunidade de pessoas, contudo o MEXE implica-a e envolve-a diretamente, anulando a diferença entre quem faz e quem vê, trazendo a plateia para o palco, dando à comunidade uma boca de cena”. O preço de bilhete para os espetáculos do MEXE é de cinco euros.

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