Termina no próximo dia 17 de Janeiro, sábado, no Teatro da Cerca de São Bernardo, “700 máscaras à procura de um rosto ou Um artista da fome”, uma instalação teatral na qual estão expostas mais de 700 máscaras concebidas e construídas por António Jorge e que inclui a abordagem do texto “Um artista da fome”, de Franz Kafka.
Uma proposta invulgar da companhia, recebida com entusiasmo pelos espectadores /visitantes, como por exemplo Osvaldo Silvestre (Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) que salientou, em crítica publicado no blogue "Os livros ardem mal" , a “inteligência” da “proposta de articulação, não muito evidente à primeira vista, entre a «mostra museológica» de 700 máscaras e o texto de Kafka”, que considera “um texto dotado da capacidade de perturbação dos textos maiores do autor”. Descrevendo a sua própria experiência enquanto espectador/visitante desta instalação teatral, o professor universitário situa o espectáculo no percurso artístico da companhia e mostra como ele se situa “num dos limites de qualquer noção, por mais alargada, de «teatro»: o limite da imobilidade e da (quase) ausência de representação”.
Recordamos que esta instalação é um primeiro acto inaugural de um conjunto de iniciativas pensadas propositadamente para o novo Teatro, iniciativas de apresentação do Teatro e de re-apresentação da companhia à cidade, nomeadamente através do percurso/obra dos seus criadores. Um modo de mostrar outras dimensões criativas exploradas na companhia para além do teatro, mas com o teatro como ponto de partida para novas linguagens e propostas artísticas. Neste caso, com os objectos criados por António Jorge, resultantes de um percurso artístico paralelo e complementar à sua actividade na companhia como actor, encenador, cenógrafo e aderecista. Numa sequência lógica da experimentalidade e artesania perseguidas na companhia, António Jorge desde há quase dez anos, num processo de exploração de diferentes técnicas e diferentes materiais (ráfia, papel, metal, cabedal, etc.) construiu estes muitos objectos que agora são expostos.
Um convite para percorrer um Teatro habitualmente invisível: com a memória dos espaços, sons, imagens e afazeres que nunca estão à vista dos espectadores; mas mais do que uma mera visita aos bastidores, com esta instalação teatral, propõe-se um percurso ao interior desconhecido dos Teatros num Teatro que Coimbra começa agora a conhecer com A Escola da Noite.
Para além da direcção artística, António Jorge participa como actor juntamente com Eduardo Gama. A tradução do texto de Franz Kafka é de José Maria Vieira Mendes, a banda sonora é de Eduardo Gama, a luz de Danilo Pinto e o vídeo de Rui Valente e Sílvia Brito, a fotografia de Augusto Baptista e a imagem de Ana Rosa Assunção.
“700 máscaras à procura de um rosto ou Um artista da fome” vai estar em cena até 17 de Janeiro, de terça a sábado, às 21h30 e no sábado também às 18h30.
Isabel Campante
A Escola da Noite
Coimbra, 12 de Janeiro de 2009.
António Jorge
Membro fundador d'A Escola da Noite. Iniciou a actividade teatral no TEUC em 1987. Integrou a organização da BUC, em 1990. N'A Escola da Noite encenou “Amado monstro”, de Javier Tomeo (1992, com José Neves), “Além do infinito”, de Abel Neves (2004, com Ana Rosa Assunção, António Augusto Barros e Sílvia Brito), “Noivas”, de Cleise Mendes (2005), “Prometeu 06”, a partir de Ésquilo, Kafka e Heiner Müller (2006), “Auto da Índia: aula prática” (2007, com António Augusto Barros, Sílvia Brito e Sofia Lobo) e “Bonecos & farelos”, de Gil Vicente (2008). Participou como actor em praticamente todos os espectáculos da companhia, sendo ainda responsável pela cenografia e adereços em muitos deles. Formador em iniciativas da companhia como o “III estágio internacional de actores”, “Tchékhov em um acto”, “Oficina de artes” e “Uma aula vicentina”.
Uma proposta invulgar da companhia, recebida com entusiasmo pelos espectadores /visitantes, como por exemplo Osvaldo Silvestre (Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) que salientou, em crítica publicado no blogue "Os livros ardem mal" , a “inteligência” da “proposta de articulação, não muito evidente à primeira vista, entre a «mostra museológica» de 700 máscaras e o texto de Kafka”, que considera “um texto dotado da capacidade de perturbação dos textos maiores do autor”. Descrevendo a sua própria experiência enquanto espectador/visitante desta instalação teatral, o professor universitário situa o espectáculo no percurso artístico da companhia e mostra como ele se situa “num dos limites de qualquer noção, por mais alargada, de «teatro»: o limite da imobilidade e da (quase) ausência de representação”.
Recordamos que esta instalação é um primeiro acto inaugural de um conjunto de iniciativas pensadas propositadamente para o novo Teatro, iniciativas de apresentação do Teatro e de re-apresentação da companhia à cidade, nomeadamente através do percurso/obra dos seus criadores. Um modo de mostrar outras dimensões criativas exploradas na companhia para além do teatro, mas com o teatro como ponto de partida para novas linguagens e propostas artísticas. Neste caso, com os objectos criados por António Jorge, resultantes de um percurso artístico paralelo e complementar à sua actividade na companhia como actor, encenador, cenógrafo e aderecista. Numa sequência lógica da experimentalidade e artesania perseguidas na companhia, António Jorge desde há quase dez anos, num processo de exploração de diferentes técnicas e diferentes materiais (ráfia, papel, metal, cabedal, etc.) construiu estes muitos objectos que agora são expostos.
Um convite para percorrer um Teatro habitualmente invisível: com a memória dos espaços, sons, imagens e afazeres que nunca estão à vista dos espectadores; mas mais do que uma mera visita aos bastidores, com esta instalação teatral, propõe-se um percurso ao interior desconhecido dos Teatros num Teatro que Coimbra começa agora a conhecer com A Escola da Noite.
Para além da direcção artística, António Jorge participa como actor juntamente com Eduardo Gama. A tradução do texto de Franz Kafka é de José Maria Vieira Mendes, a banda sonora é de Eduardo Gama, a luz de Danilo Pinto e o vídeo de Rui Valente e Sílvia Brito, a fotografia de Augusto Baptista e a imagem de Ana Rosa Assunção.
“700 máscaras à procura de um rosto ou Um artista da fome” vai estar em cena até 17 de Janeiro, de terça a sábado, às 21h30 e no sábado também às 18h30.
Isabel Campante
A Escola da Noite
Coimbra, 12 de Janeiro de 2009.
António Jorge
Membro fundador d'A Escola da Noite. Iniciou a actividade teatral no TEUC em 1987. Integrou a organização da BUC, em 1990. N'A Escola da Noite encenou “Amado monstro”, de Javier Tomeo (1992, com José Neves), “Além do infinito”, de Abel Neves (2004, com Ana Rosa Assunção, António Augusto Barros e Sílvia Brito), “Noivas”, de Cleise Mendes (2005), “Prometeu 06”, a partir de Ésquilo, Kafka e Heiner Müller (2006), “Auto da Índia: aula prática” (2007, com António Augusto Barros, Sílvia Brito e Sofia Lobo) e “Bonecos & farelos”, de Gil Vicente (2008). Participou como actor em praticamente todos os espectáculos da companhia, sendo ainda responsável pela cenografia e adereços em muitos deles. Formador em iniciativas da companhia como o “III estágio internacional de actores”, “Tchékhov em um acto”, “Oficina de artes” e “Uma aula vicentina”.
fotos de Augusto Baptista
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