Na 30.ª edição, o Citemor reafirma a posição como o mais antigo festival de teatro em Portugal, mas mantém a abertura a outras artes, apostando em temáticas vanguardistas. Até 16 de Agosto, em Montemor-o-Velho.
A vila medieval há muito que faz parte do roteiro incontornável dos eventos cénicos em Portugal. Mercê do seu festival Citemor, mas também pela acção cultural desenvolvida pelo CITEC (Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho), que organiza o certame.
Criado há 30 anos, o que o torna no mais antigo festival de teatro em Portugal, o Citemor sofreu, desde 1992, uma importante viragem estratégica e estética, abrindo-se a outras artes como a dança, a música e o cinema, apostando em criações em residência, produzidas em exclusivo em Montemor-o-Velho.
Uma viragem que coincidiu com a entrada de Armando Valente para a direcção do festival. Hoje, 16 anos depois, mantém-se como director do Citemor e "na luta permanente" para ocrescimento do certame. Considera que esse crescimento tem alcançado patamares de reconhecimento bem mais altos a nível internacional do que propriamente na região em que o evento está inserido.
Aceita os sucessos que o festival tem coleccionado, mas entende que a aventura ainda "é frágil", embora o projecto tenha conquistado consolidação crescente. Afinal, a "a luta é permanente" e, apesar da sua idade adulta, o festival "é ainda um embrião, uma criança". Consolidada parece estar a aposta na "diferença", na produção e co-produção de trabalhos artísticos originais, muitos deles longe dos padrões "mainstream", percorrendo caminhos criativos mais vanguardistas.
A procura de novos espaços para as produções tem sido também constante. Se exceptuarmos o Castelo (verdadeiro ex-libris da vila), o Citemor tem levado as artes aos locais mais impensáveis, como armazéns devolutos e casas em ruínas, ruas e praças, mas também a pontes e túneis da auto-estrada. Este ano, o certame recupera um velho armazém de uma sociedade agrícola, onde vão decorrer vários espectáculos. Mas o de abertura, hoje, com a criadora catalã Angélica Liddell, vai estrear um novo espaço, numa sala do antigo tribunal, no edifício dos Paços do Concelho.
Com um orçamento global de 250 mil euros, o Citemor recebe a maior fasquia do Ministério da Cultura, com 55%. A autarquia montemorense contribuiu com 15%, um valor que não é alterado desde 2000. O Citemor consegue equilibrar as finanças do evento, reunindo 30% do orçamento, com receitas próprias.
Américo Sarmento in JN
A vila medieval há muito que faz parte do roteiro incontornável dos eventos cénicos em Portugal. Mercê do seu festival Citemor, mas também pela acção cultural desenvolvida pelo CITEC (Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho), que organiza o certame.
Criado há 30 anos, o que o torna no mais antigo festival de teatro em Portugal, o Citemor sofreu, desde 1992, uma importante viragem estratégica e estética, abrindo-se a outras artes como a dança, a música e o cinema, apostando em criações em residência, produzidas em exclusivo em Montemor-o-Velho.
Uma viragem que coincidiu com a entrada de Armando Valente para a direcção do festival. Hoje, 16 anos depois, mantém-se como director do Citemor e "na luta permanente" para ocrescimento do certame. Considera que esse crescimento tem alcançado patamares de reconhecimento bem mais altos a nível internacional do que propriamente na região em que o evento está inserido.
Aceita os sucessos que o festival tem coleccionado, mas entende que a aventura ainda "é frágil", embora o projecto tenha conquistado consolidação crescente. Afinal, a "a luta é permanente" e, apesar da sua idade adulta, o festival "é ainda um embrião, uma criança". Consolidada parece estar a aposta na "diferença", na produção e co-produção de trabalhos artísticos originais, muitos deles longe dos padrões "mainstream", percorrendo caminhos criativos mais vanguardistas.
A procura de novos espaços para as produções tem sido também constante. Se exceptuarmos o Castelo (verdadeiro ex-libris da vila), o Citemor tem levado as artes aos locais mais impensáveis, como armazéns devolutos e casas em ruínas, ruas e praças, mas também a pontes e túneis da auto-estrada. Este ano, o certame recupera um velho armazém de uma sociedade agrícola, onde vão decorrer vários espectáculos. Mas o de abertura, hoje, com a criadora catalã Angélica Liddell, vai estrear um novo espaço, numa sala do antigo tribunal, no edifício dos Paços do Concelho.
Com um orçamento global de 250 mil euros, o Citemor recebe a maior fasquia do Ministério da Cultura, com 55%. A autarquia montemorense contribuiu com 15%, um valor que não é alterado desde 2000. O Citemor consegue equilibrar as finanças do evento, reunindo 30% do orçamento, com receitas próprias.
Américo Sarmento in JN
Comments