"Um Conto Americano" no Teatro Nacional #2


UM CONTO AMERICANO
The Water Engine de DAVID MAMET

ESTREIA A 6 DE MAIO NA SALA GARRETT

tradução da peça radiofónica LUÍS MOURÃO
tradução do guião de cinema do filme de Steven Schachter ANA SILVEIRA PEDRO FREIRE
encenação e dramaturgia MARIA EMÍLIA CORREIA
cenografia NUNO GABRIEL DE MELLO
adereços ILDEBERTO GAMA
figurinos atelier MARIA GONZAGA
selecção musical MARIA EMÍLIA CORREIA com colaboração RUI VIEIRA NERY
desenho de luz JOSÉ CARLOS NASCIMENTO
assistência de encenação PAULO SILVEIRA

com
AUGUSTO PORTELA Gross, Timoneiro
CARLOS COSTA Capataz, Sally Rand, Polícia 2, Popular
CLÁUDIA OLIVEIRA Mulher com Bebé, Chinesa, Senhora de Chapéu, Popular
EURICO LOPES Operário, Inventor, Orador, Popular
FRANCISCO BRÁS Inventor, Transeunte, Moderador, Barcker, Popular
HORÁCIO MANUEL Wallace, Popular
INÊS NOGUEIRA Cantora, Rapariga com carta, Popular
LOURDES NORBERTO Senhora Varec, Senhora de Chapéu
LUÍS GASPAR Charles Lang, Operário
MANÉ RIBEIRO Secretária de Gross, Senhora de Chapéu
JOÃO PEDREIRO Operário, Gangster, Popular
MANUEL COELHO Inventor, Vagabundo, Veterano, Gangster, 1º Polícia
MARIA EMÍLIA CORREIA Oradora, Mulher, Transeunte, Popular
MÁRIO JACQUES Laurence Oberman
PAULA MORA Secretária de David Murray
PAULA NEVES Rita Lang, Popular
PAULO SILVEIRA Operário, Amolador, Popular, Bombeiro
PEDRO CARVALHO Bernie, Popular
RUI QUINTAS David Murray, Popular
SÓNIA NEVES Mulher do Clube de Jazz, Senhora de Chapéu, Popular
e ANDREA SOZZI ARMANDO VALLE QUARESMA AYMEN MOUSSA LÍDIA VALLE QUARESMA MANUELA JORGE RUI MOREIRA


adereços ILDEBERTO GAMA VERA DIAS STTIGA LUIS FILIPE PEREIRA
serralharia LEONEL & BICHO
selecção e coordenação de guarda-roupa RUI MOREIRA
sonoplastia e edição de som HUGO DE SOUSA ANÍBAL CABRITA SÉRGIO HENRIQUES
direcção de cena MANUEL GUICHO
assistentes direcção de cena CARLOS FREITAS PAULA LOURENÇO
ponto JOÃO COELHO
operação de som SÉRGIO HENRIQUES
operação de luz PEDRO ALVES JOSÉ NUNO (apoio)
operação de vídeo ANDRÉ TERESINHA
técnicos de palco ALEXANDRE SÁ-CHAVES FRANCISCO GARCIA NUNO MODESTO
maquinaria PAULO BRITO RUI CARVALHEIRA NUNO COSTA
auxiliares de camarim PAULA MIRANDA RAQUEL BELLI

produção TNDM II
duração 2h30 (c/ intervalo)
M/12

“A mente do homem é menos perturbada por um mistério que ele não consegue explicar do que por uma explicação que não consegue entender.”
Lenox Lohr, General Manager, Exposição Um Século de Progresso

Sinopse
Um jovem inventor concebe um motor que funciona apenas a água e julga, assim, ter encontrado o caminho para a fama e fortuna. Nos seus sonhos imagina-se a viver numa herdade, longe da urbe industrial, feliz, na companhia da irmã. Mas as suas expectativas vão ser goradas pela poderosa máquina das grandes empresas, que cobiçam a patente de um invento tão rentável.
A peça, cuja escrita remonta ao início de carreira de David Mamet – escritor, dramaturgo, argumentista e realizador norte-americano conhecido por construir intrigas complexas de cariz policial e diálogos cortantes – coloca-nos perante temas tão pertinentes quanto os do rápido desgaste dos recursos naturais do Planeta e o da urgência de apostarmos nas energias renováveis. Dá-nos ainda a oportunidade de reflectir sobre os interesses económicos que tantas vezes travam o avanço da ciência, em benefício de alguns.



“O teatro aproxima a poesia das pessoas”
Excerto de entrevista de Ricardo Paulouro a Maria Emília Correia

Qual é a verdadeira descoberta desta peça: a invenção do motor a água ou, noutro plano, a descoberta da realidade?
A peça é sobre o sonho de um homem novo, um inocente em risco, perante a realidade das forças poderosas. Não terá qualquer oportunidade. Em “Um Conto Americano” a realidade é a do crash e a da proximidade da ameaça totalitária. Um tempo de fatalidades, convulso, corrupto, de fricções, degradado, sem esperança, como, afinal, o que vivemos hoje.

Como define, em breves palavras, esta peça, “The Water Engine”?
“The Water Engine” é uma fábula americana que trata do indivíduo e da instituição. Um homem bom envolve-se inadvertidamente com maus tipos. Nos anos trinta, pós Depressão, Roosevelt presidente, e por ocasião da Exposição Mundial de Chicago cujo tema foi “Um Século de Progresso”, um jovem operário inventa um motor que utiliza água como combustível. Ao tentar registar a patente de engenho (ansiando ser rico e ir viver para o campo, em fuga da sua prisão urbana e industrial – o sonho americano) vê-se envolvido numa teia kafkiana. As grandes empresas do petróleo não querem a competição. Ele tem que evitar que lhe roubem a ideia. A América não é, afinal, o lugar mais certo para uma proposta tão revolucionária e o desfecho é previsível. Temos o pequeno cidadão defrontando o sistema, as forças ostensivas do mal, “as cobras”, os gangsters. Mamet escreve: a nossa desconfiança perante as instituições é abrangente e fundada. São blocos monolíticos, sem rosto, não acessíveis e o perigo reside nisso. Tolstoi afirma que os únicos momentos durante os quais os seres humanos tratam os outros sem piedade é quando agem em nome das instituições. Cometemos actos de consequências pesadas, cruéis, selvagens e a isso chama-se “cumprir o dever”. Autores de acções horríveis são, muitas vezes considerados honrosos, heróis. Agimos em nome do Estado, de um grupo, de uma corporação, de uma comunidade – o que nos dispensa de sermos julgados.

Tendo “The Water Engine” começado por ser uma peça para rádio, de que forma os diálogos são a dinâmica desta escrita e do próprio estilo de Mamet?
Mamet é um autor muito versátil. O seu estilo é “poupado”, minimal, a escrita bruta, algumas vezes. Este é um teatro de suspense, policial, de ritmos pontuados. As cenas correm ágeis, dizem o necessário. É a sua forma de atribuir uma cadência à verdade da vida, que é veloz, de perceber as coisas do mundo como elas são ou o seu sentido. Às vezes mágico ou misterioso. No caso deste texto, as chain letters são um bom exemplo. Ademais todas as peças falam do declínio, diz ele, da sociedade que tende para a sua própria dissolução.
Socialmente sensível, no tocante ao trabalho e à importância de se ser actor, Mamet tem alargados, controversos escritos. Concretos, técnicos, outros reflexivos. Diz: o actor está em cima do palco sozinho para representar para um público. O público só quer saber o que se passa a seguir. E o que se vai passar a seguir somos nós (actores) que o fazemos.

Situada no contexto da exposição mundial de Chicago de 1930, esta é, acima de tudo, uma crítica ao capitalismo e ao sonho americano. De que forma esta continua a ser, nesta encenação, uma temática actual?
Fazendo jus ao nosso tempo, e porque o artista acaba sempre por ser um explorador da consciência social, fizemos uma aproximação às questões energéticas. O texto solicitava-o e, assim, um dos pontos a considerar na encenação foi a monocultura do petróleo que é aquela em que vivemos. O sector petrolífero domina as questões mundiais há 150 anos. Na verdade quantas vidas vale, hoje, um litro de gasolina? Por isso o nosso cenário é industrial, urbano, reconhecível. As grandes empresas, as grandes herdades, os grandes governos, as grandes cidades, adaptar-se-ão à escala reduzida da vida, num futuro próximo sem petróleo barato? Não foi o mundo concebido em função dos automóveis, dos navios, dos aviões, transportes na dependência dessa matéria prima? Qual o custo das energias renováveis? Porque é que o “o eixo do mal” é o que tem petróleo? A máquina de Lang, o protagonista, sugere-nos perguntas que nos aproximam desta temática. Afinal o seu invento, num outro contexto, serviria mesmo a humanidade. A sua obsessão pelo hidrogénio está ou não na ordem do dia?
Uma história não tem que ser verdadeira, tem que ser bem contada. Mamet sabe isto melhor que todos nós.

Para além das referências culturais ou até mesmo sociais, considera que existem outras componentes no seu trabalho artístico?
Há outras também, a poética... Sim, cenicamente falando, não sei narrar sem uma certa marca lírica. É a minha linguagem: o tempo rigoroso e belo das palavras, as imagens “virtuosas”, a fantasia, a inquietude, acabam por aperfeiçoar o discurso. Acho que guardo por dentro dos olhos a luminosidade de Espinho, donde sou natural, por vezes atordoante, há que ser contida, mas a arte condensa. É um registo, uma atitude que se transforma em forma. Atino com estas coisas, dúcteis, que rodopiam e não me atrevo a definir, não posso rotular, não sei. Talvez tenha algo a ver com o sofrimento, mas isso levar-nos-ia a largas considerações. Não são para aqui. Se quiser, e doutro ponto de vista, o teatro aproxima a poesia das pessoas, o que é prestimoso.

Inconfidências da Encenação
1- Sobre a equipa de trabalho, citando Einstein
Há um momento em que as coisas não podem ser fáceis e a prossecução deste projecto foi um deles. Sendo o trabalho áspero e a novidade sempre cooperativa, isto é, resultante de colaborações múltiplas, caucionámos as gramáticas próprias (ou os talentos) e sabotando a poeirada à volta, juntamos à fadiga o entusiasmo, mesmo a desfaçatez, sabendo, claro está, que, como dizia o clássico Bernardim “a longo tempo não é nova coisa nenhuma”. Mesmo assim, modelámos a cena e a representação ao nosso jeito, ao nosso estudo, à inventiva, aos nossos interesses, ao esmero, à concentração. Bricoleurs emocionais, também quisemos harmonia e tivemos deleites. Ou seja, todo o prazer: obrigatório em arte.
Já agora, não é mesmo verdade que “a coisa se faz por si própria”. Tivemos foi em conta o que Einstein afirmava: “O único sítio em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

2- As Pontes de Chicago e o Barco-Foguetão
Chicago, cidade do vento, Fénix das Comunidades (1), onde tudo decorre, aproximou a imagética cenográfica das pontes da cidade, das construções em ferro (The Rookery Building ; The Marina City e o seu Story Parking Garage ; The Navy Pier, tão importante posto até à Depressão, usado como centro de treino naval durante a 2ª Guerra Mundial, depois Campus universitário, hoje espaço multi-cultural ) e da imponência que esta capital americana ressuma.
De permeio, dilematicamente, havia, a meter no mesmo saco, ou seja no palco, uma fábrica metalúrgica, concentracionária; a redacção do Daily News (o poder da imprensa a que Lang, em desespero, recorre) ; o Lincoln Park Zoo ; uma confeitaria ; um espaço doméstico ; um escritório de advogados e registo de patentes ; as ruas da cidade e seus vendavais ; os clubes de jazz nocturnos ; tribunas para oradores na via pública ; a exposição de 1933/34 “Um Século de Progresso”, seu bandeiral e engenhos e pavilhões ; um barco-foguetão, o transporte do futuro ; etc.
Vimos no mapa da cidade a longa Halstead Street (onde Lang tinha o laboratório atafulhado de material e ferramentas pilhados à Dietz & Fetherly, os seus patrões) ; inquirimos se Lake View 7320 existia de facto e sim, e pareceu-nos um lugar especial ; procurámos a situação, à época, do bairro fabril, bairro de emigrantes (a polaca Sra. Varěc, vizinha de Rita) ; a Zona Industrial (de assassinatos) onde os corpos mutilados de Rita e Lang são descobertos ao amanhecer, junto ao Lago Michigan e percebemos-lhe a extensão …..
Sobre nós o efeito foi deletério. As resoluções chegaram por via de consensos e galhardias porque “a nossa ciência somos nós próprios”, afirma Barker à entrada da pavilhão da feira. Pois somos.

3- Our Nine Eleven
Sabemos que a população de Chicago aprecia as grandezas, mas, para nós, esta proposta plástica decorre e tem a complexidade das necessidades. Neste cenário, suporte das maiores variações, as cenas mudam, por vezes, de trinta em trinta segundos. Carga muito pesada, questões a defrontar que apelavam ao arrojo. Também não se podia ser dispendioso. “Mantenha o controle sobre o que faz” diz Oberman, il capo.
Por outro lado, a temática da peça remete-nos directamente para as questões energéticas. Lang inventa um motor que funciona a água. Em miragem, a passagem de uma economia do petróleo para uma economia do hidrogénio. Hoje sabemos ser um disfarce da energia nuclear, mas também, ao que parece, esta é o único recurso realista em larga escala. Os entendidos discutem.

A plataforma petrolífera ergue-se no rotativo, fantasia teatral, rampa de lançamento de nave espacial, central de energia, que afundará como todos nós, e mais o coração de Lang com sonhos de operário americano e algum génio.
Conspiração poética dos referentes, também dos acasos, (as coisas são assim mesmo), a atmosfera visual é metafórica, os actores procedem com rigor, a fábula metálica ali está, pronta a ruir, em contraponto à realidade deste também nosso nine eleven ( as associações contagiosas). Estará este sistema a colapsar ou “as máquinas podem mesmo retirar a humidade do ar e voar infinitamente?”. Como as nossas cabeças.

4- Mamet cinemático
Nesta peça de Mamet (texto para rádio, mais tarde guião de cinema) a construção é fragmentária, profusa, em quadros descontínuos.
Há, por vezes, diálogos adjacentes, quase improváveis, que interceptam (poluem?) a narrativa, ou seja, no caso, o trajecto vivencial de Lang e o seu confronto com o mundo. Claro que “The Water Engine” não é apenas isso. Mas nada neste autor é lineal, como o não é a vida. Provavelmente é mesmo tudo controverso.
E aqui temos nós uma camisa de onze varas: estamos no Teatro, arte de processos pesados, sem fusões possíveis, nem outras mordomias cinematográficas.
Mais arte e engenho, portanto, para a angariação de soluções, fórmulas sequenciais, o que se traduzirá em fluidez, a fluidez requestada pelo espectador, a que sempre atendemos, sem cedências. Não podemos resvalar: é que está tudo à vista, sem truques, frente a nós, no palco.
Há que escorar a nossa leitura deste texto, segurar as pontas soltas da “máquina” e também as do registo mametiano.
Este é o nosso espectáculo que é também uma pequena coisa no mundo e não apenas uma ilustração, a gosto, mesmo que com sentido.

5- Os Referentes
Em “The Water Engine”, que nos reporta a 1934, período pós-depressionário nos E.U.A., há figuras citadas cujas vidas nos obrigámos a saber: o presidente Franklin Roosevelt; o aviador Charles Lindbergh; o executado judeu Bruno Hauptman; o engenheiro e matemático Charles P. Steinmetz ; o gangster Al Capone; Dillinger, assaltante de bancos. Outros nomes ainda: o cientista Einstein; Enrico Fermi pai da Chicago Pile Number One, (CP-1), o primeiro modelo do reactor nuclear; René Bartolomi;
Walter Gifford (inventor, Secretário de Estado do Comércio de Hoover - 1ª conversa telefónica com imagem); Norman Bel Geddes (cenógrafo, designer, inventor, estética Stream-Line para comboios, aviões e automóveis); o actualíssimo escultor cinético Theo Jansen.
Revisitámos os cineastas Fritz Lang (Metropolis e Dr. Mabuse); Howard Hughes (Hell’s Angels); Orson Welles (The Trial); Howard Hawks (Scarface ); FW. Murnau (Sunrise); C.Chaplin (Modern Times); Alfred Hitchcock (Blackmail); E ainda: Martin Scorcese (The Aviator); John Ford (Young Mr. Lincoln); F.F. Coppola (The Godfather e Cotton Club); Frank Capra (It Happened One Night) e mais o que nos foi possível de David Mamet (realizador e argumentista) – House of Games, State and Main, The Winslow Boy, Vanya on 42nd Street, The Intouchables, Ronin, The Postman Always Rings Twice, Hannibal, Edmond, etc.
Vimos ainda a stripper Sally Rand na feira de Chicago em 34 e a circulação dos visitantes no Pavilhão da Ciência. Ouvimos o teatro radiofónico da altura. Não pudemos deixar de associar o nosso personagem Charles Lang a Joseph K. (Kafka). Considerámos ainda o actualíssimo escultor cinético Theo Jansen. Referências que aqui honestamente declaramos e serviram de lastro (inspiração) a este nosso espectáculo. Jogo limpo.

6-A Santidade das pequenas coisas do quotidiano
Nos ensaios partilhámos documentos, impressões, leituras, comportamentos e situações registados, exposições, recortes de jornais e revistas (de ciência, de economia!), objectos pessoais, pesquisas cibernáuticas: material a propósito dos diversos temas para que a peça remete. Nada foi decisivo, tudo serviu de estímulo: trocas que foram o suporte e enquadraram o trabalho.
Era o fixar de atmosferas , o desenvolvimento das ideias – o encenador, os criativos, os administrativos, o assistente tão requisitado, os técnicos, os actores, o director, o mundo, num virote. Concentração. Disciplina. Um ou outro actor requeria toda a minha atenção, em separado. Outras vezes o processo colectivo, o conjunto, sobrepunha-se a essa “deferência”. Analisávamos o pormenor – a santidade das pequenas coisas do quotidiano! – depois aterrávamos nos conteúdos e sempre os revolvíamos numa atitude compromissada. Todas as técnicas foram úteis, serviram, nenhuma era, afinal, totalmente abrangente. Queríamos chegar LÁ, a uma temperatura teatral, convencer os colegas, dar prazer ao espectador, o que exigia perícia e justificaria o nosso afã.

Maria Emília Correia


BIOGRAFIA DE DAVID MAMET
Uma das características distintivas do estilo de David Mamet é o seu diálogo leve e breve. Apesar das reminiscências de alguns dramaturgos como Harold Pinter e Samuel Beckett, o diálogo de Mamet é tão único que ficou conhecido como “o discurso mametiano”. A sua linguagem não é demasiado “naturalista”, assim como se pode considerar uma impressão “poética” da gíria. No campo do entretenimento, David Alen Mamet é sobejamente conhecido e respeitado pelo seu trabalho, não apenas como realizador, mas também como dramaturgo e autor.
David Alen Mamet nasceu numa família judia em Flossmoor, Illinois, a 30 de Novembro de 1947. Foi educado no colégio Francis W. Parker Scholl e nas faculdades Goddard College e a Yale Drama School, ambos baseados em teorias libertárias de educação, principalmente derivadas das ideias de John Dewey.
Foi membro fundador da Atlantic Theatre Company, em Nova Iorque, e destacou-se inicialmente com três peças fora do circuito Broadway: “Sexual Perversity in Chicago” (1974), “Duck Variations” (1972) e “American Buffalo” (1975), onde se destacam as personagens masculinas e a construção de uma tensão dramática característica dos três textos. A “The Woods” (1977) e “Edmond” (1982) seguiram-se duas peças de sucesso: “Glengarry Glen Ross” (1983), uma representação das práticas de negócios americanas, que lhe valeu o Prémio Pulitzer, e “Speed-the-Plow” (1988), um olhar sobre os bastidores da indústria do cinema.
Para além do seu trabalho como dramaturgo, escreveu vários guiões para serem dirigidos por ele próprio (“House of Games / Jogo Fatal” (1987), “Things Change / As Coisas Mudam” (1988), “Homicide / Brigada de Homicídios” (1991), “Oleanna” (1994) ou o recente “Redbelt” (2008)), bem como para outros realizadores (“The Postman Always Rings Twice / O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes” (1981), realizado por Bob Rafaelson, “The Veredict / O Veredicto” (1982), realizado por Sidney Lumet e indicado para o Óscar de Melhor Roteiro Adaptado, ou “The Untouchables / Os Intocáveis” (1987), realizado por Brian De Palma).
Mamet começou a escrever para o grande ecrã, em 1981, uma versão de “The Postman Always Rings Twice / O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes”, baseado no romance de James M. Cain. O seu guião enfatizou a violência e a sexualidade do texto, algo impossível de acontecer no original de 1974.
Em 1987, Mamet conheceu o seu primeiro verdadeiro sucesso como um guionista com “The Untouchables / Os Intocáveis”, realizado por Brian De Palma. Nesse mesmo ano, recebeu os elogios da crítica pela sua estreia como director em “House of Games / Jogo Fatal”, um “thriller” com Lindsay Crouse como protagonista no papel de uma psicóloga apanhada nas malhas de um elaborado jogo de crime.
Depois de dirigir dois dos seus maiores sucessos (“Things Change / As Coisas Mudam” e “Homicide / Brigada de Homicídios”), Mamet regressou à escrita de argumentos para cinema, dirigindo o seu talento para filmes como “Hoffa / O Preço do Poder” (1992), “Vanya on 42nd Street” (1994) ou “American Buffalo” (1996). O seu argumento para a sátira política de Barry Levinson, “Wag the Dogs / Manobras na Casa Branca”, foi nomeado para o Melhor Argumento dos Óscares e dos Globos de Ouro. Seguiram-se outros argumentos tão conhecidos como “Hannibal” (2001) ou “Edmond” (2005).
Como autor, Mamet tem também conhecido grandes sucessos, contando com cerca de quinze títulos publicados. Em 1999, publicou dois livros, “True and False”, um tratado exortativo aos jovens actores sobre os desafios da escolha da sua profissão, e um romance, “The Old Religion” (1997) que recupera os pensamentos de Leo Frank, o capataz da fábrica judia na Geórgia que, em 1915, foi executado pela violação e assassínio de uma das suas empregadas. Escreveu vários textos não-ficcionais, bem como um livro de poemas (“The Hero Pony”, 1990) e histórias para crianças. Em Julho de 2004, a Cambridge University Press publicou “The Cambridge Companion to David Mamet”, editado por Christopher Bigsby, que inclui ensaios que analisam a biografia de Mamet, o seu impacto ao longo de várias décadas e fragmentos de grande parte do seu trabalho. Desde Maio de 2005, Mamet mantém um blog nas páginas do “The Huffington Post”.
Entre os vários prémios que recebeu, destaque para: Joseph Jefferson Award, 1974; Obie Award, 1976, 1983; New York Drama Critics Circle Award, 1977, 1984; Outer Circle Award, 1978; Society of West End Theatre Award, 1983; Pulitzer Prize, 1984; Dramatists Guild Hall-Warriner Award, 1984; American Academy Award, 1986; Tony Award, 1987.


A propósito de “The Water Engine”
Nós, Americanos, sabemos que no nosso país as informações verdadeiras não chegam aos jornais. Sabemos que os interesses postos em causa são demasiado poderosos para tolerar que (certos) acontecimentos, suscepítveis de perturbar o status quo, sejam fielmente relatados na imprensa.
Temos, cada um de nós, a nossa opinião relativamente à origem da morte de Kennedy e de Lincoln, ao que aconteceu realmente ao bebé Lindbergh, e na Baía dos Porcos, e o que Nixon realmente sabia.
Não lemos a imprensa para que ela nos confirma as nossas convicções. Damos crédito aos rumores em vez de confiar nos jornalistas, e estamos provavelmente mais predispostos a acreditar na versão de um taxista, relatando a declaração de um político qualquer, em vez de consultar o comunicado oficial de uma figura pública.
Damos mais crédito à palavra do ser humano que temos à nossa frente, mesmo que o seu testemunhos se baseie em rumores, do que às formações de uma imprensa anónima.
Só os que contam e os que ouvem tiram alguma vantagem; o interesse reside na experiência desta partilha, na celebração do relato assim como na sua própria convicção. Queremos acreditar que Edith Wilson conduziu o país quando o seu marido se encontrava em coma, que falsificou a assinatura dele em actos oficiais; que existem contactos com inteligências vindas de mundos longínquos e que o nosso governo os oculta; que algures, uma vacina contra o cancro foi descoberta; que Roosevelt permitiu a Lincoln que conversasse com Hauptman na sua cela alguns minutos antes de ser executado; que foi um departamento do governo que levou à execução de Martin Luther King. Estas crenças fazem parte da oralidade histórica. São tão verdade como tudo o que é possível ler na imprensa. Mas o nosso acreditar é mais forte. A nossa desconfiança perante as instituições é abrangente e fundada. Estamos sempre prontos para acreditar no pior, porque sabemos que não temos de o conhecer. Um dos mitos, mais obstinado e mais popular, é o do governo ou uma potência industrial nos esconde invenções capazes de melhorar a nossa condição de vida.
Todos nós ouvimos histórias como esta, tendo em comum tanto de realidade como de imaginário, no caso, por exemplo, desta lâmpada que nunca se apagaria, estas meias que não teriam malhas caídas, esta pílula que poderia produzir gasolina quando fosse dissolvida em água, este medicamento barato que nos protegeria do frio… Estes mitos soam a verdade para nós porque não temos confiança nas nossas instituições.
Pensamos nelas como maldosas, no entanto, são somente inacessíveis.
Não se lhes pode falar? Quem é o governo? Quem é o Grande Capital?
Estes blocos monolíticos sem rosto só nos podem querer mal.
Não os podemos colocar num frente a frente, olhos nos olho0s. Não são acessíveis e o perigo reside nisso mesmo, pensamos que eles são capazes de tudo, é isso que nós expressamos nos nossos mitos.
Tolstoi escreve que os únicos momentos durante os quais os seres humanos tratam os outros sem piedade é quando agem em nome das instituições. É nesta altura, escrevia Tolstoi, que cometemos actos de consequências pesadas, cruéis, selvagens, e chama-se a isso, «cumprir o seu dever», o que nos dispensa de julgar as nossas próprias acções.
Agir em nome de uma instituição confirma-nos a imoralidade das nossas acções uma vez que a responsabilidade dos nossos actos em vez de nos ser imputada pertence à própria instituição. Faz parte da nossa natureza, escrevia Tolstoi, querer fazer, de um modo ou de outro, actos horríveis sem os assumir enquanto indivíduos e de sonhar que podemos estar comete-los em nome de um Estado, de uma comunidade ou de um grupo, sendo então, estes actos horríveis, transformados, como por magia, em acções perfeitamente honrosas. A minha peça, “The Water Engine”, é uma fábula Americana que trata do indivíduo e da instituição.
Passa-se em Chicago durante a Grande Depressão – o segundo ano da Exposição «Um século de progresso», que celebrava a tecnologia moderna. A história começa assim: «Em Setembro de 1934, em Chicago, Illinois, um jovem concebeu e produziu uma máquina que utilizava a água como combustível.»
Escrevi uma peça que se chama A máquina de água. Passa-se na Chicago de 1933, durante a Exposição Universal «Um século de progresso», e coloca em cena o jovem inventor de um motor que funciona unicamente a água.
Inicialmente, tinha escrito esta história como uma novela e foi recusada por várias editoras. Na altura coloquei-a na gaveta. Algum tempo depois, alguém me apresentou Howard Gelman, o produtor de «Earplay», uma empresa que encomenda, produz e distribui peças radiofónicas para serem difundidas através da rede nacional. Howard conhecia o meu trabalho realizado em Chicago. Perguntou-me se eu queria escrever para rádio, Disse-lhe que sim e voltei a tirar A máquina de água da gaveta.
A rádio constitui a melhor das escolas para os autores dramáticos. Melhor do que qualquer outro suporte dramático, a rádio é um médium que obriga o escritor a concentrar-se no essencial. Faz com que se perceba de imediato que detalhar demasiadamente o décor ou as personagens enfraquece a história. Trabalhando para a rádio, aprendi o funcionamento de qualquer grande peça: deixando o público o trabalho de detalhar ele próprio as personagens, os lugares e em particular a acção. Só abstendo-se do detalhe é possível começar a perceber o modelo de uma peça perfeita.
Vivemos numa época de opressão. Tornamo-nos, enquanto nação, um país de auto-censura, mas em vez de chamar «censura» ao processo através do qual limitámos voluntariamente a nossa liberdade de expressão e de acção, falamos do “problema da rentabilidade comercial”.
David Mamet, Writing in Restaurants, Viking, Penguin, 1986.


Chicago, “Um século de progresso”, o Zeppelin e a Sally Rand
Em 26 de Outubro de 1933 surge, subitamente, nos céus de Chicago e sobrevoando, lentamente em círculo o Lago de Michigan, a enorme aeronave alemã Graf Zeppelin. Durante 2 horas os visitantes da Exposição Mundial A Century of Progress admiram, de cabeça levantada aquele grandioso engenho tecnológico.
Encontramo-nos em pleno período da Grande Depressão. Os pais da cidade e capital do Estado de Illinois tinham juntado esforços já em 1928 para conseguirem projectar e realizar uma das maiores exposições dedicadas à tecnologia e ao progresso. O seu lema “a ciência descobre, a indústria aplica e o homem adapta-se”, ilustrava claramente o espírito e a vontade política da época.
Estamos no rescaldo da 1ª Grande Guerra, das grandes indemnizações financeiras por parte da Europa aos Estados Unidos, das grandes convulsões sociais, na década das invenções tecnológicas, da rapidez da comunicação, da reprodutibilidade, da cultura de massas e da propaganda totalitária experimentada a nível mundial. Na América “pós-Hoover” o New Deal de Roosevelt parecia ser uma luz ao fundo do túnel.
E Chicago. Aos olhos do país e do mundo, a cidade tentava agora fazer tudo por tudo, para apagar da sua memória um passado vergonhoso, recheado de violência racial, lutas sindicais e crime organizado. É o mesmo ano em que Al Capone, ainda teenager, chega à cidade vindo de Nova Iorque. O seu reinado brutal estende-se até 1931 quando é condenado por fuga ao fisco.
A pretexto de comemorar os 100 anos da fundação de Chicago, bem como um tributo ao crescimento científico e industrial desse século passado, cresceu, na frente ribeirinha da cidade, e onde, já anteriormente, em 1893 se tinha iniciado o aterro para a World’s Columbian Exposition, o novo areal da Century of Progress. Pouco antes, em 1921, tinha-se ainda organizado com sucesso, um evento cultural no Pontão Municipal, o Navy Pier, que tinha atraído à cidade durante as suas duas semanas de organização, 1 milhão de visitantes para a festa municipal Pageant of Progress. Foi também nesta década que Chicago se transformou na nova capital do Jazz, com o boom dos cabarés, teatros, do vaudeville e dos espaçosos salões de baile. A população afro-americana, num frenesim típico dos “anos loucos” e vinda para a cidade durante o período da “Grande Migração”, vingava-se assim criativamente, tanto da “Lei Seca” como da segregação racial operada pela maioria branca.
Em torno de uma lagoa, frente à zona comercial de Chicago conhecida por The Loop, políticos, arquitectos e designers desenvolvem então uma monumental visão modernista de estilo art-déco, que, ao contrário do que acontecera no evento de 1893, com as suas influências ainda ao gosto do movimento dos Beaux-Arts, encontra agora aqui uma materialização técnica e uma escala sem precedentes. A linguagem é o streamline e as formas rectilíneas irrompem verticalmente em direcção aos céus. Curiosamente, o arquitecto Frank Lloyd Wright, cuja participação neste evento fora preterida, chamou à feira uma “impostura”.
A grande novidade foi, sem dúvida, a utilização de cores garridas em grande escala, o design gráfico aplicado, os novos materiais de construção e a utilização, quase excessiva, de efeitos de iluminação. A impressão, tanto de dia, como de noite, era, como as más-línguas comentavam, carnavalesca.
Pelo eixo principal da feira, do lado da cidade, estendia-se a grandiosa avenida das bandeiras vermelhas. No final de 1934, quando as entradas foram contabilizadas, mais de 39 milhões de visitantes de todo o mundo teriam percorrido esta alameda ventosa.
Implantado num dos extremos desta via, encontrava-se o verdadeiro ex-libris do certame: o imponente Pavilhão da Ciência, coração temático deste “Século do Progresso”. Riscado pelo famoso arquitecto Paul Philippe Cret, em forma de u, a praça no seu interior, permitia albergar mais de 80.000 pessoas ao mesmo tempo. No interior deste edifício com 67000 m², encontravam-se então expostas e organizadas, pelas várias áreas do conhecimento científico, as máquinas, os inventos, os objectos, as tabelas, os dioramas, as pinturas e esculturas exemplificativas. De notar que pela primeira vez se agrupavam áreas científicas que antes tinham sido tratadas separadamente. Gigantescas fotografias e um cine-teatro especialmente concebido para filmes pedagógicos, ilustravam a profusão dos avanços tecnológicos da humanidade. De sublinhar são sobretudo as seguintes: a imensa tabela periódica em 3-D, com as pessoas a passar por entre os elementos químicos; um aparelho emissor-receptor que demonstrava o princípio da televisão e se encontrava exposto na secção dedicada à cor e aos raios; material fotográfico, remédios, explosivos, plástico e perfumes mostrados na secção dos produtos derivados do carvão; o popularíssimo “homem-robot” com uma projecção do aparelho digestivo projectado na sua parte dianteira e com uma voz “robotizada” a explicar em simultâneo os seus “próprios” movimentos gástricos e por fim, e segundo notícias da altura, o highlight, na secção de ciência médica, o “germânico” homem de vidro, com todos os seus órgãos internos à vista dos olhares estupefactos.
Lá fora, o Skyride, o imponente teleférico, que tinha assente cada um dos seus dois pés, respectivamente, num dos lados da lagoa, esperava pelos mais corajosos. A uma altura estonteante, pois as duas torres, que suportavam as cordas de aço onde seguiam, velozes, os “carros-foguete”, eram bem mais altos do que qualquer edifício existente em Chicago. Lá de cima, ainda que por tempo reduzido, podia-se espreitar, não apenas a cidade de Chicago e a própria feira, mas também a praia, a ilha “encantada” das crianças ao centro da lagoa e os animados barcos, onde, em decks duplos seguiam passageiros “bailando” ao som do jazz.
Para os milhares de fotógrafos amadores, para os quais a Kodak já em 1888 tinha, com o seu caixote, posto este passatempo ao alcance de todos, a Century of Progress ainda não se tinha esgotado por aqui. Faltava ir ver e fotografar o Great Havoline Thermometer, a torre-termómetro da Indian Refining Company, que chamava ao seu edifício, não se sabe porquê, “Monumento ao Clima de Chicago” e que nas suas três empenas mostrava através de tubos de néon, regulados electricamente, a temperatura exterior. Depois era altura de tirar uma foto ao templo chinês, réplica exacta do Palácio de Jehol, casa de verão dos imperadores manchu.
Para os aficionados dos automóveis a feira era um paraíso de novidades e antiguidades: Henry Ford, que primeiro não tinha desejado participar no certame de 33, e após ter visto o seu rival General Motors instalar uma linha de montagem completa do seu recém-criado modelo G.M., decide em 1934, juntar-se à organização e manda construir um pavilhão encimado por um gigantesco globo onde se podiam admirar as “operações” da sua empresa em todo o mundo. Foi o pavilhão empresarial mais visitado e mais aclamado por toda a imprensa nesse mesmo ano. No seu interior Henry Ford instalara a sua preciosa colecção de carros antigos e numa arrojada demonstração de força e técnica mandara conceber um “lustre”, onde num único pneu Ford V-8 se encontravam suspensos 3 carros deste modelo. Mas não havia só isto. Banhada por luzes coloridas à noite, a Nash Motors construiu uma esplendorosa e modernista torre-elevador, a “Nash Tower of Value”, onde, à transparência dos grandes vidros, se faziam subir e descer 16 carros expostos. A Chrysler surpreendeu tudo e todos, ao instalar junto do seu pavilhão uma pista de corridas para exibição dos seus carros e poderosos motores.
A feira de 1893 tinha contado com a participação de 9 empresas, desta vez elas foram 25. A mensagem era clara: pretendia-se veicular ao público a ideia de substituírem o seu património pessoal por produtos novos, começando pelas suas casas e acabando nos seus automóveis. As vivendas pré-fabricadas e a presença de muitas outras marcas americanas e estrangeiras, levaram a que o próprio Roosevelt apoiasse, entusiasticamente, o prolongamento da feira por mais um ano. Chicago rejubilava. Hotéis, restaurantes, lojas, teatros e bordéis encheram-se durante os dois anos e o negócio prosperava. Os investimentos financeiros feitos estavam prestes a serem recuperados. Mas havia quem desse sucesso pouco proveito tirava ou era mesmo excluído. Os afro-americanos aos quais fora claramente negado trabalharem no recinto da exposição, mesmo nas funções mais subalternas. O único sítio onde podiam ser “vistos” eram em aldeias ou contextos etnográficos, onde eram abertamente ridicularizados. Vivia-se também ainda o tempo dos freak-shows, vindos de uma tradição de feira antiga e medieval, onde deformados, gordos ou deficientes eram exibidos em gabinetes de curiosidades pelo preço de alguns Cents.
Para os mais jovens a feira era igualmente um paraíso recheado de surpresas. Havia na ilha infantil todo um mundo encantatório, onde gigantes, vacas mecânicas, e figurantes mascarados ao estilo “Disney”, actuavam em volta de uma montanha e dum castelo de fadas. Acorriam os mais pequenos pelas mãos dos pais, para virem espreitar o jardim zoológico mecânico, o comboio miniatura, o teatro de marionetas, etc. Podiam permanecer ali, supervisionados por funcionários da própria feira, enquanto os respectivos pais aproveitavam para irem “espreitar coisas” menos próprias para os seus petizes.
Nomeadamente a grande atracção erótica deste evento, o “progresso” feito carne no show de strip-tease com leques de plumas pela famosíssima Sally Rand. Ela actuava algures nas “ruas de Paris”, claro está! Sally Rand era uma bailarina local que tinha um grande jeito para a auto-promoção e o burlesco.
O espectáculo apresentado e felizmente registado em película, tinha sido originalmente concebido por ela para criticar as matronas da alta-sociedade de Chicago, que insistiam em vestir-se exageradamente, numa altura em que a maior parte das mulheres não tinham quase ou nenhum dinheiro para gastarem em roupas. A sua simples crítica social resultou no maior êxito comercial da feira levando até aquele local do aterro milhões de visitantes e atafulhando de pessoas excitadas os restaurantes e bares adjacentes. Não admira.
Paulo Silveira

CURRICULA
MARIA EMÍLIA CORREIA encenação e dramaturgia / selecção musical / actriz
Aos dezassete anos integra o elenco do Teatro Experimental do Porto. Fez parte do Rádio Escola e Tele-Escola, do Grupo de Teatro dos Estudantes do Instituto Comercial do Porto e do Teatro Universitário do Porto. Em 1972, vem para Lisboa trabalhar com Ribeirinho, no Teatro Villaret. No mesmo ano é elemento co-fundador do grupo de teatro independente A Comuna - Teatro de Pesquisa (dirigido por João Mota e Carlos Paulo). Em 74 esteve na origem do Teatro Hoje — Teatro da Graça, (dirigido por Gastão Cruz e Fiama Hasse Pais Brandão) e de Os Cómicos (dirigido por Ricardo Pais). Representou ainda no Teatro da Cornucópia, Teatro Nacional D. Maria II, o Bando, Os Bonecreiros, Casa da Comédia, Teatro Seiva-Troupe, Teatro da Trindade, Seiva Trupe, Teatro da Malaposta, Teatro Experimental de Cascais, Teatro S. João do Porto, Teatro Aberto, Teatro da Luz, Centro de Arte Moderna (F.C. Gulbenkian), Centro Cultural de Belém e outros. Foi intérprete de: Garcia Lorca, Buchner, Rezvani, William Shakespeare, Miguel Mihura, Beckett, Molière, Odon Von Orvath, Rafael Aberti, August Stringberg, Noel Coward, Karl Sternheim, Michel Deutsh, Miguel Falabella, Friedrich Dürrenmatt, Peter Hacks, Clarice Lispector, William Burroughs, Matei Visniec, Luisa Neto Jorge, Rui Cardoso Martins, Eduarda Dionísio, Bocage, Mário de Carvalho, Maria Velho da Costa, Mário Cesariny, Gil Vicente, entre outros. Encenou peças como: “O Avião de Tróia”, de Luíza Neto Jorge; “O Gato que chove”, de Mário Cesariny; “Girassóis – Crime”, de Mário Cesariny; “Desejos”, de Luís de Camões; “Divisão B”, de Rui Cardoso Martins; “Vinha D’alhos”, de Maria Velho da Costa; “Sopa Chinesa”, de Almeida Garrett; “Alfaias”, de José Saramago; “O Impasse”, de Luis Mourão; “Auto da Cananea”, de Gil Vicente; “Tina Modotti”, de Eduarda Dionísio; “A Maçã no Escuro”, de Clarice Lispector; “Fantasmas”, de Jacques Prévert; “Menino ao Colo”, de Armando Silva Carvalho; “Menina e Moça”, de Bernardim Ribeiro; “Serviço de Amores”, de Gil Vicente; “(V)irótika”, de William Burroughs; “Respirações de Inês”, de Garcia de Resende; “Sete dias na vida de Simão Labrosse”, de Carole Frechette, “Cartas de Olinda e Alzira”, de Bocage, “As Bodas de Fígaro”, Ópera de Mozart; “Via Verde”, de Jorge de Sena; Festival Internacional de Artes de Rua (Palmela). Participou em várias actividades de poesia dita: Gravação de um CD – “Poemas de Luíza Neto Jorge”, direcção de Fernando Cabral Martins e em recitais dirigidos por Gastão Cruz: “Em certo reino à esquina do planeta”; “Corpos ou coisas”; “Coração do Dia”; “O Grito Claro”; “O amor em visita”; “Boca bilingue”; “A palavra do dia”. De 72 a 93 realizou trabalho jornalístico de âmbito cultural (Repúlica, Diário de Lisboa, Contraste, Rádio Renascença, RDP-Antena 1 e Antena 2). Teve diversas nomeações como melhor actriz, personalidade teatral do ano, prémio de mérito de encenação da Associação de Críticos Portugueses, pelo espectáculo “Serviço de Amores”. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e Goethe-Institut. Representou em Espanha, França, Itália e Alemanha. Faz cinema e televisão.

NUNO GABRIEL DE MELLO cenografia
Frequentou vários cursos de Artes Plásticas (Grupo Artever, Sociedade Nacional de Belas Artes, Escola de Artes Visuais António Arroio), a Escola Superior de Teatro e Cinema, em Realização Plástica do Espectáculo, bem como a Esc. Catalada Myor des Arts, em Barcelona, onde conclui uma pós-graduação em Arquitectura de Cena (onde se destaca a participação cenográfica em “La Fura dels Baus”). Profissionalmente, tem colaborado em diversos trabalhos em cinema, teatro e televisão, desde a cenografia, concepção/realização, grafismo, direcção de arte, assistente de cenografia ou mesmo interpretação. No teatro, tem trabalhado com estruturas como o Teatro da Comuna, Grupo de Teatro “Ofecena” (do qual foi monitor, em 1997), Teatro S. Luiz, O Bando, Teatro da Trindade, Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, destacando-se alguns encenadores com os quais colaborou: João Brites, Cândido Ferreira, Manuel Saraiva, Fernanda Lapa, entre outros. O seu trabalho tem sido reconhecido com vários prémios e a sua obra está representada em colecções públicas e privadas. Em 2008, assinou a direcção de arte e ‘decors’ do teledisco do tema “Canção de Amor”, de Rádio Macau, realizado por José Nascimento.

ILDEBERTO GAMA adereços
Nasceu em 1956. Concluiu o Curso de Realização Plástica de Espectáculo da Escola Superior de Teatro e Cinema. Desde 1978, é aderecista no Teatro Nacional D. Maria II, assumindo a chefia da respectiva secção, desde 1989. Em 1980, como bolseiro do Estado francês, estagiou na Comédie Française e no Théâtre National de Chaillot. É presidente da direcção das Marionetas de Lisboa, desde a sua fundação em 1985, sendo, também autor de marionetas, de cenários e de encenação de alguns espectáculos ou assumindo a direcção técnica e de produção de outros. Assinou o Design de Cena de "Socorro, Estou Grávida", "Love Letters" e "Felizmente Não É Natal", encenações de Celso Cleto; tem colaborado com várias companhias de teatro nas áreas de adereços e efeitos especiais, cenários e máscaras, por exemplo em "Ubu Português", "Ópera dos Três Vinténs" e "Desejo sob os Ulmeiros" (Novo Grupo / Teatro Aberto) e "Quem tem medo de Virgínia Woolf" (Teatro da Graça). Participou também na execução cenográfica, para cinema, televisão e bailado. Modelou à escala 1.1 a estátua "A Infância", da autoria de Sam, para o lago pequeno do Campo Grande, em Lisboa. Entre 1992 e 2000 exerceu funções docentes em diversos cursos de formação profissional, nomeadamente, na Escola Profissional de Teatro de Cascais.
No TNDM II: Desenho de Adereços para "A Gorgone" (enc. Manuel Coelho), e Marionetas para "As Guerras de Alecrim e Manjerona" (enc. Paulo Matos).


RUI VIEIRA NERY colaboração selecção musical
Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957. É Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa e Doutorado em Musicologia pela Universidade do Texas em Austin, que frequentou como Fulbright Scholar e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Actualmente desempenha as funções de director do Programa Gulbenkian “Educação para a Cultura” e de Professor Associado do Departamento de Música da Universidade de Évora. É autor de uma vasta bibliografia musicológica e desenvolve uma carreira intensa como conferencista e divulgador, tanto em Portugal como no estrangeiro. Tem participado como consultor musical em numerosos projectos cénicos, televisivos e cinematográficos, colaborando com criadores como Luís Miguel Cintra, Maria Emília Correia, Rui Lopes Graça, Ricardo Pais e Carlos Saura.


JOSÉ CARLOS NASCIMENTO desenho de luz
Trabalhou, entre 1980 e 1982, no Teatro Adoque, seguindo-se a colaboração com Io Apolloni e com o Teatro do Mundo. Integra, desde a sua fundação, o TUT (Teatro Universitário Técnico), tendo ingressado nos quadros técnicos do Teatro Nacional D. Maria II em 1982, como operador de luz. Em 1994, assume a função de responsável da equipa de iluminação do Teatro Nacional, seguindo-se o cargo de responsável de uma das equipes, durante a Expo’98, no Teatro Camões e da equipa de iluminação do FIT – Festival Internacional de Teatro, entre 1991 e 1992. Consultor e director técnico de várias estruturas, como a Companhia de Teatro de Almada, Festival Internacional de Teatro de Almada ou o Avanteatro. Para além da participação em vários Festivais Internacionais, como o Festival Internacional de Madrid, Cáceres, Almagro, Avignon, etc., assinou, desde 1984, vários desenhos de luz para teatro, ópera e musicais com os seguintes encenadores: Rogério de Carvalho; Armando Cortez; Jorge Listopad; Filipe La Féria; Varela Silva, Carlos Avilez; João Mota; Rui Mendes; Joaquim Benite; Carlos Pessoa; Diogo Infante; Artur Ramos; Vladislava Pazi; Fernanda Borsatti; Carlos Fragateiro, Helena Pimenta, entre outros. É, actualmente, o director técnico do Teatro Nacional D. Maria II.
No TNDM II: “Fungagá MP3” (enc. Claudio Hochman); “A Noite Árabe” (enc. Paulo Filipe); “Que farei com este livro?” (enc. Joaquim Benite); “Óscar e a Senhora Cor-de-rosa” (enc. Marcia Haufrecht); “Sonho de uma Noite de Verão” (enc. Cláudio Hochman); “Vinte e Zinco” (enc. Maria João Rocha); “A Filha Rebelde” (enc. Helena Pimenta); “Criadas para todo o serviço” (enc. José Peixoto); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota); “A real caçada ao sol” (Carlos Avilez).

PAULO SILVEIRA assistência de encenação / actor
Frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Inglês e Alemão, pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa, frequentou ainda o curso de Escultura no ARCO, o Curso de Pintura e História da Arte na ERG – École de Recherche Graphique / Institut St. Luc, Bruxelas, e o curso de formação profissional na Biblioteca do Goethe-Institut, Madrid, para além de vários workshops. Estreou-se, em 1986, no teatro, com uma colaboração no espectáculo “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” (Grupo Teatro Hoje / Teatro da Graça, Teatro da Trindade), seguido de “O Filho do Ar” (1988). Em 2006, foi assistente de cena na telenovela “Morangos com Açúcar”, na TVI. Tem ainda trabalhado na área da publicidade, assistente de comunicação, ou na produção / montagem de vários documentários, tais como: “Lissabon – Schauplatz der Geschichte” (1993), “Mário Eloy – Um Pintor em Fuga” (1997) ou “Hab und Gut in Aller Welt” (2005). Assina, desde 1995, várias traduções, inclusive para o TNDM II, Teatro Aberto, Artistas Unidos, Museu do Chiado, entre outros, e colabora com ilustração gráfica em vários projectos editoriais, tendo exposto, em 1991 e 1992, o seu trabalho.


AUGUSTO PORTELA actor
Tem o Curso de Actores do Conservatório Nacional e é licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa. Trabalhou os encenadores Jorge Fraga, Maria Emília Correia, João Perry, António Banha, Joaquim Benite, Silvina Pereira, Cláudio Hochman, José Possi Neto, Filomena Oliveira, Maria João Rocha, etc. Fez textos de Shakespeare, Odon von Horvath, Fassbinder, Bernard-Marie Koltès, Martin Sherman, António Patrício, Calderon de la Barca, Brecht, Mia Couto, Eugene O’Neill, Ionesco, etc.
No TNDM II: “Cenas de uma Tarde de Verão” (de Jorge Guimarães); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota); “Vinte e Zinco” (enc. Maria João Rocha).

CARLOS COSTA actor
Tem colaborado com várias estruturas, tais como a Companhia de Teatro de S. Luís (“Jesus Cristo em Lisboa”, “Leonor Rainha Maravilhosamente”), o T.I.L. - Teatro Infantil de Lisboa (“El Rei Tadinho”), TNDM II, Teatro Ibérico (“A Celestiana”), Teatro da Malaposta (“O Príncipe Perfeito”, “O Render dos Heróis”), Teatro da Trindade (“A Maçã no Escuro”). Para além de vários trabalhos em televisão, onde participou em séries e telenovelas, colaborou, no cinema, com João Botelho, em filmes como “Tráfico”, “O Fatalista” ou “Corrupção”.
No TNDM II: “O Judeu” (enc. Rogério Paulo); “Rómulo, o Grande” (enc. Varela Silva); “Fernando, Talvez, Pessoa” (enc. Artur Ramos); “Pedro, o Cru” (enc. Carlos Avilez); “Mãe Coragem” (enc. João Lourenço); “O Bicho” (enc. Norberto Barroca); “A Louca de Chaillot” (enc. Xosé Blanco Gil); “A Viagem de Pedro Afortunado” (enc. Fernanda Lapa); “Tito Andronico” (enc. Luís Miguel Cintra).

CLÁUDIA OLIVEIRA actriz
A frequentar um Mestrado em Cinema na Universidade de Exeter, em Inglaterra, recebeu também formação do Actor’s Centre London, Academia de TV e Cinema de Lisboa (ARTE 6), entre outros workshops. Tem feito vários trabalhos na área do cinema, televisão, publicidade e locução. Membro da Shakespeare Women Company, dirigida por Cláudio Hochman, participou em peças de teatro tais como: “78 RPM” (2001); “Cenas Suburbanas” (2001); “Hip Hop Show” (2002) e “Love, Submarines & Diamonds” (2004). Em cinema, foi dirigida por realizadores como João Nuno Pinto, Jorge Paixão da Costa, Carla Quelhas, Telmo Vicente, Laura Silleras, Maria Lalande, Fernando Vendrell. É também professora de Expressão Corporal e Expressão Dramática para crianças.

EURICO LOPES actor
Iniciou a sua formação teatral em 1988, frequentando o curso de Técnica da Máscara, de Filipe Crawford, na Fundação Calouste Gulbenkian, onde fez igualmente estágios com Daniel Stein, Rosella Terranova e Polina Klimovitskaia. Estagiou com Antunes Filho, no TNDM II, e trabalhou com Ariane Mnouchkine (no Théâtre du Soleil, em Paris) e com Ferrucio Soleri (no Teatro Olímpico de Vicenza, em Itália). Trabalhou ainda com Carlos Avilez, Helder Costa, Fernando Heitor, Maria Emília Correia, Bibi Perestrelo, Gastão Cruz, António Pires, entre outros. Participou em séries e documentários para televisão realizados, por exemplo, por Jorge Paixão da Costa, Nicolau Breyner, Jorge Queiroga, Eduardo Rodil, Carlos Barradas e Manuel Amaro.
No TNDM II: “O Avião de Tróia” (enc. Maria Emília Correia); “Divisão B- Parque” (enc. Maria Emília Correia); “Real Caçada ao Sol” (enc. Carlos Avilez); “Os Lusíadas rumo ao Oriente” (enc. António Pires); “A Filha Rebelde” (enc. Helena Pimenta).

FRANCISCO BRÁS actor
Nasceu em 1955, frequentou o Conservatório / Escola Superior de Teatro e, para além de vários workshops de formação em música, dança e voz, tem o Curso de Especialização em Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Curso de Jornalismo Televisivo do Cenjor. Em teatro, tem trabalhado como actor em estruturas como o Teatro Nacional D. Maria II, Comuna, Teatro Aberto, Teatro Municipal S. Luiz, Teatro Villaret, Maria Matos Teatro Municipal, Companhia Teatral do Chiado, Teatro Helena Sá e Costa, Teatro Variedades, Teatro ABC, Teatro da Malaposta ou Teatroesfera, entre outros. Interpretou peças de Almeida Garrett, Roberto Cossa, Shakespeare, Gil Vicente, Kafka, Miguel Esteves Cardoso, Plínio Marcos, Patrick Suskind, Prisley, Pedro Pinheiro, António Ferreira, António Patrício, Eduardo de Fillipo, Henrique Santana, Eça de Queiroz, Georges Feydeaux, António José da Silva, Natália Correia. Fez assistência de encenação para Armando Cortês, Angel Rudgiero, Carlos César, Paco Carrique, e assinou várias encenações, entre as quais todas as produções do Grupo de Teatro da Crinabel. Em televisão, participou nas telenovelas “Vila Faia”, “Ricardina e Marta”, “Olhos de Água”, “Anjo Selvagem” e “Morangos Com Açúcar”; e nas séries “Sétimo Direito”, “ Lendas e Factos da História de Portugal”, “Espírito da Lei”, “Cuidado com as Aparências” e “Aqui não há quem Viva”. Em cinema, trabalhou nos telefilmes “A Mala de Cartão” e “Monsanto” de Ruy Guerra; “Aniversário” e “Até Amanhã Camaradas”, de Joaquim Leitão; e nas longas-metragens “A Outra Margem”, de Luís Filipe Rocha; “Camarate”, de Luís Filipe Rocha; “Requiem”, de Alain Tanner; “Fátima”, de Fabrizzio Costa; ou “Francisca”, de Manoel de Oliveira, entre outros. Fez teatro radiofónico.
No TNDM II: “Férias Grandes com Salazar” (enc. José Carretas); “A Ilha Encantada” (enc. João Ricardo); “Sonho de uma Noite de Verão” (enc. João Ricardo).

HORÁCIO MANUEL actor
Fez os seus estudos na escola de interpretação Delmetscher Institut Munich, seguindo-se outros cursos de formação pelo teatro Old Vic, em Londres, e Augusto Boal (técnica de actor, dramaturgia e encenação). Integra o teatro “O Bando”, desde 1975, tendo também trabalhado com o Teatro da Cornucópia, Teatro Nacional de São João, TNDM II, CIA de Artes (Brasil), entre outras companhias. Na sua qualidade de actor e encenador, fez digressões por toda a Europa, América do Norte e do Sul e África. Dirigiu, em Portugal e no estrangeiro, seminários sobre técnica teatral e encenou espectáculos, tais como: “Noivos velhos, Novos noivos”, de Eduarda Dionísio; “Gloçon son”, de Fernando Macedo; “Romeu e Julieta”, a partir de William Shakespeare; “Miúra”, a partir de Miguel Torga; “Hora do Ladrão”, a partir de Dario Fo, entre outros. Dirigiu ainda vários espectáculos de rua e, no cinema, fez longa-metragem com realizadores como Paulo Rocha, Margarida Gil, Luís Filipe Rocha. É encenador residente do grupo de teatro A.T.A. (Artimanha) e do Teatro de Objectos.
No TNDM II: “Tanto Amor Desperdiçado” (enc. Emmanuel Demarcy Mota).

INÊS NOGUEIRA actriz
Completou o Curso de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema em 1993. Trabalhou com os seguintes encenadores: Antonino Solmer, Fernanda Lapa, Carlos Avilez, Mário Feliciano, José Peixoto, Elsa Valentim e Maria Duarte, Jorge Silva Melo,
Luís Assis, João Grosso, Miguel Abreu, Cristina Bizarro e José Mora Ramos, Rui Madeira, Élvio Camacho, Teresa Sobral, Miguel Loureiro. No cinema, trabalhou com Jorge Silva Melo e, na televisão, com Joaquim Leitão e Francisco Manso. Cantora desde 1989, canta neste momento, no projecto “Jazz e Poesia”, e participa desde 2002 nos eventos-performance “Sunday Show” organizados pela associação Bomba Suícida. Co-autora de “Manual de Teatro”, dirigido por Antonino Solmer, edição Cadernos ContraCena, 1999. Professora de “Oficina de Expressão Dramática”, dirige workshops de Voz e Trabalho de Texto, desde 1998. Deu aulas em Timor-Leste e é professora de voz da ACT- Escola de actores.
No TNDM II: "Medeia" (enc. Fernanda Lapa); "O Cântico dos Cânticos" (enc. João Grosso); "A viagem de Pedro, o afortunado" (enc. Fernanda Lapa); "Enquanto o espectáculo decorre" (enc. Luís Assis); "O leque de Lady Windermere" (enc. Carlos Avilez).

JOÃO PEDREIRO actor
Termina o Curso de Actores da Escola Superior de Teatro e cinema de Lisboa, em 1997. A convite do Centro Internacional de Teatro, e como bolseiro da Fundação Oriente, estagia no Adishakti Laboratory, na Índia. Também a convite do Centro Internacional de Teatro, participa no Bridge Project, sob a orientação de Richard Foreman. Como bolseiro do Ministério da Cultura faz o Estágio Internacional École de Maitres orientado por Jean-Louis Martinelli na Bélgica, França e Itália. Faz o XVIII Estágio Internacional de Commedia dell’Arte com Antonio Fava em Itália. Em mais de 30 espectáculos de teatro, trabalhou textos de Armando Carvalho, Brecht, Freitas do Amaral, Gil Vicente, Goldoni, Hélia Correia, Kleist, Lídia Jorge, Luisa C. Gomes, Sergei Pompermayer, Shakespeare, Steve Martin, Tchecov e Timberlake Wertenbaker. Dos diversos encenadores com quem trabalhou, destaca Ana Tamen, Andrea De Rosa, Carlos Avilez, Jean-Louis Martinelli, Joana Craveiro, João Brites, João Ricardo, Jorge Fraga, Jorge Silva Melo, José Peixoto, José Mora Ramos, Luís Miguel Cintra, Luís Castro, Maria Emília Correia, Norberto Barroca, Rui Mendes e Richard Foreman. Em televisão, fez parte do elenco de “O Regresso a Sizalinda”, com realização de Jorge Queiroga, para a RTP, e foi director de actores nas novelas “Mundo Meu”, “Tu e Eu” e “Deixa-me Amar”, para a TVI. Em cinema, trabalhou com Joaquim Leitão e Edgar Feldman.
No TNDM II: “A Maçon” (enc. Carlos Avilez); “Sonho de uma Noite de Verão” (enc. João Ricardo); “Tito Andrónico” (enc. Luís Miguel Cintra); “A Ilha Encantada” (enc. João Ricardo).

LOURDES NORBERTO actriz
Estreou-se aos nove anos de idade no TNDM II (Companhia Rey Colaço / Robles Monteiro), na peça “Os Maias”. Entre os nove e os 16 anos fez várias peças infantis na mesma companhia, destacando-se: “Maria Rita”; “João Pateta” e “S. João subiu ao Trono”. Em 1951, ingressa definitivamente na companhia como actriz estagiária, interpretando numerosas peças, entre as quais: “Voz da Cidade”, de Ramada Curto; “Hora da Fantasia”, de Ana Bonacci; “Intriga e Amor”, de Schiller; “As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller; “Tá-mar”, de Alfredo Cortês; “Os Maias”, de Eça de Queiroz (novamente), recebendo o Prémio da Crítica de 1963, entre outras. No Teatro Experimental de Cascais participa em “O Tempo e a Ira”, de Osborne, continuando a sua carreira com: “Sabina Freire”, de Teixeira Gomes (prémio da Crítica); “As Criadas”, de Jean Genet (prémio ex-aqueo com Eunice Muñoz e Glicínia Quartin); “Depois da Queda”, de Arthur Miller (prémio da crítica de 1969 – GAT). No Teatro Maria Matos participa nas seguintes produções: “O Tombo do Inferno”, de Aquilino Ribeiro; “A Relíquia”, de Eça de Queirós e “Schweick na II Guerra Mundial”, de Bertolt Brecht. No Teatro Politeama, interpretou Mrs Higgins em “My Fair Lady”. Homenageada pela Câmara Municipal de Oeiras, foi também agraciada por Sua Excelência o Presidente da República, em 1999. Foi agraciada com o Auditório Lourdes Norberto, pelo Presidente da Câmara de Oeiras, Dr. Isaltino Morais.
No TNDM II: “A mais velha profissão” (enc. Fernanda Lapa); “As Fúrias” e “Passa por mim no Rossio” (enc. Filipe La Féria); “As Alegres Comadres de Windsor”; “A Paixão de Mestre Afonso Domingues” (enc. José Gil); “As Bruxas de Salém” (enc. Marcel Aymé); “Macbeth” (enc. Michael Benthal); “Equilíbrio Instável” (enc. Amélia Rey Colaço); “O Leque de Lady Windermere” (enc. Carlos Avilez); “O Ciclone” e “As Árvores Morrem de Pé” (enc. Palmira Bastos); “O Judeu” (enc. Rogério Paulo); “Auto de Santo António” (enc. Castro Guedes); “Romance de Lobos” (enc. Xosé Blanco Gil) e “Trilogia Portuguesa” (enc. Norberto Barroca); “Intriga e Amor” (enc. Erwin Meyenburg); “Divinas Palavras” (enc. José Tamayo); “Tamari e As Saias” (enc. Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro).

LUÍS GASPAR actor
Com o curso de formação de actores da Escola Superior de Teatro e Cinema do Conservatório Nacional de Lisboa, estreou-se, em 1997, com os Artistas Unidos, em “Prometeu”, encenado por Jorge Silva Melo, no Teatro da Trindade. Integrou o elenco de vários espectáculos dos Artistas Unidos, encenados por Jorge Silva Melo e, no Teatro da Cornucópia, trabalhou com os encenadores Luís Assis, Ricardo Aibéo e Christine Laurent. No Teatro da Comuna, com João Mota e Alfredo Brissos e, no Teatro Meridional, com Natália Luíza e Miguel Seabra. Integrou o elenco de vários projectos pontuais dirigidos por Cristina Carvalhal, Graça P. Corrêa, Joaquim Horta, Carlos Gomes entre outros. Encenou e interpretou “Dois Homens”, de José Maria Vieira Mendes, no Teatro da Comuna, n' A Capital, “Morrer”, de José Maria Vieira Mendes, no Teatro da Trindade e “Amok”, de Jacinto Lucas Pires, no Instituto Franco-Português. Integrou o elenco de várias telenovelas e séries televisivas e, em cinema, participou em “António, um rapaz de Lisboa”, de Jorge Silva Melo.
No TNDM II: “Hotel dos Dois Mundos” (enc. Cucha Carvalheiro); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota).

MANÉ RIBEIRO actriz
Fez vários cursos de formação de actores e worshops, tendo frequentado o curso de Actores I.F.I.C.T. – Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral (1991/92). Estreou-se, no teatro, em 1989, com “Auto da Barca do Inferno” (enc. Isabel Cunha), seguindo-se peças como: “King Lear” (enc. Paulo Filipe Monteiro); “Os Possessos”, de Dostoievski (enc. Aldona Skiba-Lickel); T de Lempicka” (enc. Carlos Carvalheiro) “Olhares” (enc. António Fonseca e Margarida Carpinteiro); “Smog” (enc. Almeno Gonçalves); “Tem a palavra a revista” (enc. Paulo César); “Noites Fartas” (enc. Fernando Mendes); “Estádio da Nação” (enc. Óscar Branco); “Arre Potter qu’é demais” (enc. Mário Reinho). Em televisão, tem participado em programas de entretenimento, séries e telenovelas. Faz também publicidade e spots/locuções para rádio e televisão.

MANUEL COELHO actor
Estreou-se aos 16 anos, no Grupo de Teatro de Campolide, hoje Companhia de Teatro de Almada. Frequentou o Conservatório Nacional, Escola Superior de Teatro. Foi co-fundador do Grupo de Teatro Proposta com direcção de Fernando Gusmão e do Teatro Popular de Almada. Integrou ainda outras companhias. Simultaneamente teve actividade no cinema onde trabalhou com António Macedo, Luís Filipe Costa, Herlander Peyroteo, Michèle Win, etc. Desde 1978 que faz parte do elenco do Teatro Nacional D. Maria II onde participou na maioria dos espectáculos, nomeadamente em “As Alegres Comadres de Windsor” de W. Shakespeare, “Pedro, o Cru” de António Patrício, “D. João” de Moliére “A Maçon” de Lídia Jorge, “Rei Lear” de W. Shakespeare, entre outras. Por cedência do TNDM II, integrou o elenco “Macbeth” de W. Shakespeare no Teatro Experimental de Cascais interpretando o papel de Lady Macbeth. Foi dirigido por encenadores como Joaquim Benite, Francisco Ribeiro – “Ribeirinho”, Luís Sttau Monteiro, Carlos Avilez, Rogério Paulo, Filipe LaFéria, Jean Marie Villigier, Varela Silva, Jorge Listopad, Silvio Purcaretti, Richard Cottrell, etc. Como encenador, dirigiu para o TNDM II “Reis Coxos” de Prista Monteiro, “Asfalto dos Infernos” de A. Dacosta, “Hiroshima, Meu Amor” de Margeritte Duras, “O Poder de Górgone” de Peter Shaffer, e “Conversas Secretas” de Donald Margulies, no Teatro Gaveta de Portimão “Flores de Estufa” de Nuno Júdice e no Teatro Armando Cortez encenou e produziu “Opressões” de Diogo Morgado. No Teatro Politeama, para além de actor cedido pelo TNDM III foi Director de Produção, Técnico e de Cena do Musical “Maldita Cocaína”. Foi Director da Digressão Nacional do espectáculo “A Ceia dos Cardeais – Três Actores, Um Texto e Uma Conversa” de Varela Silva, Curado Ribeiro e Rui de Carvalho e de “Passa Por Mim no Rossio” de Filipe La Féria, no qual participou também actor. Exerceu o cargo de Director de Cena no Teatro Nacional D.Maria II durante várias temporadas. No Teatro Nacional São João, exerceu os cargos de Assessor de Direcção, Director de Cena e Consultor Técnico. No ano lectivo de 1998/99 foi professor de Interpretação na Universidade Moderna. Leccionou durante quatro anos Interpretação e Produção no Instituto de Artes do Espectáculo. Mantém trabalho regular na televisão. É Director Artístico do Centro Cultural da Malaposta.
No TNDM II: Como actor - “Frei Luís de Sousa” (enc. Carlos Avilez); “A Sobrinha do Marquês” (enc. Fernanda Alves); “Real Caçada ao Sol” (enc. Carlos Avilez); “Auto da Índia” (enc. Álvaro Correia); “Serviço d’Amores” (enc. Maria Emília Correia); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota); “A Filha Rebelde” (enc. Helena Pimenta); “After Darwin” (enc. Carlos António), entre outras.

MÁRIO JACQUES actor
Iniciou a sua carreira em 1960, no Teatro Experimental do Porto, sob a Direcção de António Pedro. Fez estudos na École Dramatique de Strasbourg e École D’Art Dramatique Charles Dullin, como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1983/84, estuda Stanislavski e Tchekov, em Moscovo, no Instituto de Arte Dramática Lucantcharski, e no Teatro Mayalovski. Algumas Companhias de Teatro em que trabalhou: Teatro Experimental do Porto, Empresa Rey Colaço – Robles Monteiro, Teatro Estúdio de Lisboa, Teatro Maria Matos, Empresas Vasco Morgado, Teatro Hoje, Teatro Malaposta (Amascultura). Fundou e dirigiu: O Grupo de Teatro Independente Os Bonecreiros, de 1970 a 1978; e o “Teatro de Actor”, em 1984. Distinções: 1º Prémio de Interpretação Masculina “Palmira Bastos – António Silva”, atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, em 1990, pela interpretação de “George”, em “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, de Edward Albee, levado à cena no Teatro Hoje. Nomeações para os prémios da Secretaria de Estado da Cultura em 1989 (pela interpretação em “Às Seis o Mais Tardar”, de Marc Perrier) e, em 1990 (pela interpretação em “Quem tem Medo de Virgínia Woolf”). Escreveu: “O Actor na Toponímia de Lisboa”, em parceria com Silva Heitor, ed. Câmara Municipal de Lisboa (2001) e “A Recepção de um Espectáculo Teatral”, ed. Campo das Letras, estudo sobre a reacção do público a um espectáculo teatral. Traduziu “História do Teatro”, de Léon Moussinac, publicada pela Livraria Bertrand, “Manuel sobre a Montagem Teatral – para amadores e profissionais”, de Richard Southern, ed. Morais Editores, com a colaboração da Secretaria de Estado da Cultura (1979) e “Verdadeiro e Falso – Heresia e Bom Senso para o Actor”, de David Mamet, em fase de edição.
No TNDM II: “Macbeth” (1964); “O Caminho Solitário” (enc. Rogério de Carvalho).

PAULA MORA actriz
Começou a sua carreira no Teatro do Nosso Tempo. Em 1977, foi convidada a colaborar com a Companhia Repertório no Teatro Maria Matos e, um ano depois, integrou o elenco residente do TNDM II. Interpretou peças como “A Sobrinha do Marquês”, de Garrett; “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa; “A Casa de Bernarda Alba”, de Garcia Lorca; “O Leque de Lady Windermere”, de Oscar Wilde; “Ricardo II” e “Rei Lear”, de Shakespeare. Gravou peças de teatro para televisão e participou em séries como “Os Polícias”, “Os Jornalistas” ou “Residencial Tejo”.
No TNDM II: “A Sobrinha do Marquês” (enc. Fernanda Alves); “O Poder da Górgone” (enc. Manuel Coelho); “Barcas” (enc. Giorgio Barberio Corsetti / direcção de remontagem de João Grosso); “O Caminho Solitário” (enc. Rogério de Carvalho); “Serviço d’Amores” (enc. Maria Emília Correia); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota).

PAULA NEVES actriz
Licenciada em Sociologia pelo ISCTE, fez vários workshops de Teatro, Cinema, TV e Voz, orientados por Thaís de Campus, André Cerqueira, Patrícia Vasconcelos, António Pedro Vasconcelos, Nicolau Breyner, Elsa Valentim, Jean-Paul Bucchieri, Ronnie Stewart, Luís Madureira, Michael Margotta, Rosário Coelho, Márcia Haufrecht, entre outros. Estreou-se no teatro em “Conversa de Poetas” (1998), com encenação de Ana Brito e Cunha, seguindo-se “(O)Pressão” (2001), encenada por Manuel Coelho, para a Casa do Artista, “Vida Breve” (2005), com textos de Bernardo Santareno, encenada por João Loy para o Teatro Há-de Ver e, em 2007, “Amor à Prova”, a partir do texto original “Proof”, de David Auburn, encenada por Rui Sérgio, para o Teatro Mundial. Em televisão, tem integrado o elenco de várias telenovelas e séries, tais como: “Riscos” (1997); “Os Lobos” (1998); “Jornalistas” (1999); “Ajuste de Contas” (2000); “Anjo Selvagem” (2001/2002); “Queridas Feras” (2003/2004); “Morangos com Açúcar” (2006); “Fascínios” (2007). Foi ainda protagonista do telefilme “Monsanto” (1999), realizado por Ruy Guerra e participou em “Teorema de Pitágoras” (2001), realizado por Gonçalo Galvão Teles, e na curta-metragem “A Vingança” (2005), com realização de Nuno Madeira Rodrigues.

PEDRO CARVALHO actor
Frequentou, entre 2005-2007, o curso de Formação de Actores na ACT. Participou em workshops de interpretação orientados por Aloyzyo Filho, Maria Henrique, Jorge Cardoso e Adriano Luz, assim como aulas de canto e voz conduzidas por Elisete Teixeira. Estreou-se, como actor, no filme “A Escritora Italiana” (2005), de André Badalo, seguindo-se, em 2007, a participação na curta-metragem “Adeus ao Menino, Eu”, de Miguel Rocha. No teatro, integrou o elenco das peças “A Casa do Parque” e “O Principezinho”, encenadas por encenada e dirigida por Dmitri Bogomolov. Para além de dobragens e da participação em várias actividades de animação e teatro de rua, foi actor, em 2006, na série “Diário de Sofia”, seguindo-se a participação nas novelas “Morangos com Açúcar IV – Série de Verão” (2007) e “A Outra” (2008). Encontra-se ainda no 4º ano da licenciatura em Arquitectura, na Faculdade Lusíada de Lisboa.

RUI QUINTAS actor
Tem o Curso de Animação e Produção Cultural (1992) e o Curso de Formação de Actores do IFICT, tendo-se estreado em teatro em 1994, no espectáculo “A Farsa de Inês de Pereira”, de Gil Vicente. Seguiram-se peças como “Homodramaticus”, “Prometeu Agrilhoado”, “O Ringue”, “As Divinas Palavras”, “Chuva de Verão” e “1755 – O Grande Terramoto”. Enquanto encenador, dirigiu “O Fim”, “A Boda de Sangue”, “Piquenique”, “Guerras Curtas”, “O Menino de Belém”, “O Aumento”, “A Rua do Inferno” ou “A Grande Revista do Século XX”, pela Companhia Teatro Arte Viva. É ainda actor convidado em várias séries, novelas e programas de entretenimento em televisão.
No TNDM II: “A Filha Rebelde” (enc. Helena Pimenta); “A Casa da Lenha” (enc. João Mota).

SÓNIA NEVES actriz
Iniciou a sua formação teatral com o Curso de Expressão Dramática do Chapitô, com direcção de Bruno Schiappa. Tem ainda o Bacharelato em Turismo pelo ISLA. Frequenta, desde 1999, o Workshop Avançado “Sobre o Método” de Lee Strasberg, dirigido por Marcia Haufrecht, assim como outros workshops dirigidos por Ângela Pinto e Luís Castro. Teve aulas de voz com Luís Madureira (nas produções em que participou no TNDM II) e de dança oriental, com Sara do Vale. Participou, entre outros, nos seguintes espectáculos: “Vamos falar de sexo” e “Memórias de um psicopata II” (Bruno Schiappa), “O Homem Vazio” (Alexandre Lyra Leite), “Fragmentos” (do coreógrafo Alain Platel) e em vários espectáculos para o público infantil. Faz parte da Associação Propositário Azul, onde integrou os espectáculos “Memórias d’Algodão Doce” (encenação de Maria João Miguel) e “Salão de Baile S. A. R. L.” (encenação de Hugo Sovelas). Em televisão, integrou o elenco da novela “Tempo de Viver”. Para além da sua actividade no teatro, dá aulas de Expressão Dramática e faz dobragens para séries televisivas e desenhos animados.
No TNDM II: “Medeia” (enc. Fernanda Lapa); “Serviço d’Amores” (enc. Maria Emília Correia); “Óscar e a Senhora Cor-de-rosa” (assistência de encenação; enc. Marcia Haufrecht).

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